2.4.09

a promessa


Aqui e agora relembro a tua promessa…
Prometes-te que nunca partirias….e nunca partiste…nunca por completo, nunca inteiramente…
Sinto a tua presença em todo o que me rodeia…
Na brisa que me acaricia a cara…
No assobio do vento…
Na sensação de um abraço invisível que me envolve quando a saudade me atinge e me lembro de ti…
Quando penso em desistir, fecho os olhos e consigo ouvir a tua voz a sussurrar-me “ainda não…aguenta mais um pouco…”
Aqui me encontro agora, a falta que me fazes trouxe-me até ti…
Sempre tive receio de sítios como este, o silencio e a falta de vida incomodavam-me…mas tudo mudou desde que aqui estás, pois apenas aqui encontro paz…
Agora sento-me horas a fio ao teu lado, contando-te todas as minhas vitórias e derrotas, crenças e receios…e o silencio que me envolve traz consigo todas as tuas respostas…
Quem aqui me visse diria que sou maluca, por falar para algo que não me pode responder…mas não preciso de ouvir a tua voz para saber qual o caminho a tomar quando me sinto perdida, ou me sentir reconfortada por ti, basta-me apenas escutar o silencio…
Não é justo, eu nada poder ter feito para impedir a tua partida…
Não te poder salvar quando tu me salvaste a mim…
Quando to disse riste-te de mim, disseste-me que isso nada importava, que te tinha dado a maior das dádivas, que fora não te deixar morrer sem nunca teres amado de verdade…
Agradeceste-me por isso lembras-te?
Perdida em recordações regresso a casa…
Continuo a não achar justo, sim para ti é fácil, amaste e foste amado…mas partiste…
E eu fiquei aqui, a sentir que me tiravam a única razão para continuar…
Sentindo-me obrigada a contentar-me com a tua presença sem não te poder tocar!
Mais uma vez…ainda não acho justo…

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