14.6.09


Talvez se olhar bem no fundo dos teus olhos encontre respostas para todos os meus porquês e consiga finalmente pôr cobro na dor constante que os mesmos me provocam. Mas tenho medo e não procuro, tenho medo de encontrar alguém que não reconheça, tenho medo que neles só ver reflectido a indiferença e frieza.
O tempo passa e o que ontem era tido como verdadeiro, hoje já não o é mais. Se recordo o passado este parece não me pertencer, as personagens não correspondem aos actores que as desempenharam e o diálogo, esse parece ter sido irreal.
Fosse esse passado hoje presente e não actuaria assim, não deixaria o espectáculo terminar sem as minhas respostas, nem representaria a cena final da mesma forma. Prostrada no meio do palco, sozinha e completamente destruída.
Queria apenas ter-me apercebido da altura da mudança de cena, para que dela me pudesse ter retirado com alguma dignidade, mas não a distingui tão concentrada em assistir ao teu desempenho, para mim o resto desaparecia e o palco apenas nosso era.
Não, não procurarei respostas nos olhos do actor quando foi pela sua personagem que me apaixonei. Apenas lhe posso pedir que não me diga falas de uma peça há muito extinta, falas que não são acompanhadas dos gestos e acções de outrora.
As personagens mudaram, o texto já não é igual e entre uma peça e outra apenas pretendo esquecer.

11.6.09

o encontro...parte 2

Quando te vi apenas queria correr para ti, prender-te nos meus braços e não mais te largar…mas hesitei e não o fiz. O olhar de outrora cedera lugar a esse que agora me mira, a doçura desapareceu e a inocência transformou-se em desconfiança.
Contudo foi o gelo no tom do teu seco “olá” que me fez desistir de qualquer reaproximação. A atitude de indiferença, de superioridade não permitiu que eu reconhecesse mais quem eu amava.
Já não recordo o motivo da nossa briga nem de como por teimosia deixamos que ela nos afastasse assim…sem retorno aparente.
Viro costas e parto, parto por não conseguir “gritar-te” todo o que sinto, até ficar sem voz, até conseguir resgatar aquela tão doce menina que dela me deixou prisioneiro…

2.6.09

o encontro...parte 1


Quando te olho o tempo pára, o resto do mundo desaparece e ficas apenas tu. Como podes estar a escassos passos de mim e ao mesmo tempo tão distante? Se mergulho nos teus olhos perco-me nas dúvidas que eles me suscitam…
Queria quebrar a rigidez que não me deixa mexer, queria recuperar o fôlego que a tua presença me rouba e de ti me aproximar, só mais um pouco, só o suficiente até te conseguir abraçar, só o suficiente até no teu sorriso me encontrar novamente…
Mas tu viras costas, segues em direcção oposta à minha…apenas então sou capaz de me mover novamente, correr para o meu cantinho e retirar a máscara de frieza e indiferença que tão fragilmente me protegem.
Naqueles breves segundos, tentei esquadrinhar no teu olhar uma breve lembrança do nosso passado, mas nele apenas encontrei…desprezo, desdém, desinteresse…e antes que eu possa dizer mais do que um bobo "olá", partes, uma vez mais…