29.10.11

Foram precisos demasiados meses, dias e horas para entender que talvez o problema não era não querer ajudar, mas antes não saber como…que não era o que foi dito que magoava, mas sim o que ficou condenado ao silêncio…que não foi o que foi feito, mas antes o que não foi…
Hoje consigo perceber que a desilusão consistiu no apoio que não foi prestado, no “eu estou aqui, sempre que precisares” que nunca foi prenunciado e nas inexistentes tentativas de terminar as conversas inacabadas, porque dizer e fazer, acreditar e comprovar são coisas muito diferentes.
Porque em última análise, as coisas poderiam ser diferentes, cedências podiam ser feitas e desculpas pedidas, se o erro não fosse em algo tão crucial, pois apesar dos ideais, pontos de vista, formas de pensar e actuar poderem ser muito diferentes…há coisas que tem necessariamente de ser iguais!


"Only in the darkness can you see the stars"
Desconheço a autoria

20.10.11

A chamada

O telefone toca e eu corro para ele na esperança que sejas tu do outro lado da linha, pego-lhe mas este fica mudo e a casa volta ao silêncio que nela ficou desde que foste embora. Pouso-o novamente no descanso e o sorriso desaparece.
Mergulho de novo na azáfama do meu dia e tento assim sufocar a corrente de pensamentos que te trazem de novo aqui, ao pé de mim, tão presente. Desisto por fim e vencida marco o número que há muito sei de cor, o telefone chama, uma e outra vez mas de ti continuo sem nada saber, desligo mas o meu coração deixa escapar: "…era apenas para dizer como sinto a tua falta".


"As contraries are known by contraries, so is the delight of presence best known by the torments of absence."  Alcibiades

5.10.11












A tua sorte é que eu gosto demasiado de ti para deixar de me importar...e é tão bom voltar a ter um daqueles nossos momentos inesquecíveis, mas cada vez mais raros, onde as lembranças das conversas até altas horas fazem-se ouvir mais alto que todo o barulho e confusão que nos rodeia.
A tua sorte é, eu não ser de desistir perante as dificuldades ou sem que me deiam uma justificação mínima que me satisfaça.
Porque no balanço final dos estragos do furacão a que se resumiram os últimos meses da minha vida, quem realmente é importante e pretende fazer parte da minha jornada e do meu coração, permanece (mesmo que para tal tenham sido precisos uns quantos puxões de orelhas!), as conversas necessárias foram tidas, com as pessoas dispostas a tê-las, coisas importantes foram relembradas quando pareciam andar esquecidas pelos baús da memória...