29.4.09

A despedida


“Quando te vi de relance naquele mesmo sítio de há tantos anos atrás, mal conseguia acreditar nos que os meus olhos pareciam ver. Mas eras tu, quantos anos se haviam passado desde do nosso último encontro?
Será que ainda te lembras? Naquela manha fria da tua partida, pedi-te que não fosses embora, mas insististe que tinhas que ir, que o teu futuro te esperava à distância de um bilhete de avião, mas que em breve voltarias para mim. Não acreditaste quando te disse que se partisses no teu futuro não haveria mais espaço para mim, para nós…
Então beijaste-me…beijaste-me como nunca antes me havias beijado, beijaste-me com o desespero de saber que seria aquele o nosso último beijo, com a urgência em fazer-me mudar de ideias, em me fazer acreditar em finais felizes e contos de fadas novamente.
Contudo quando finalmente nos separamos percebeste que havias falhado e que ainda me encontrava irredutível.
Parti, deixando-te livre, o teu futuro esperava-te e eu amava-te, amava-te e não podia deixar que o comprometesses por minha causa, amava-te ao ponto de desistir de ti em prol da tua felicidade, não queria, nem podia ser a única amarra que te prendia ao passado. Mas tu nuca o soubeste preferiste acreditar que eu partia por ser fraca e egoísta, por ter medo do fracasso de uma relação à distância.
Volto ao presente e tento encontrar-te novamente, preciso de saber se ainda te lembras. Mas não te encontro, perdi-te de novo entre a multidão.
À noite, quando a casa dorme, penso de novo em ti. Pergunto-me se terás seguido a tua vida, se serás casado tal como eu. Pergunto-me se guardarás a nossa história entre as recordações de um grande amor, ou entre as recordações de uma grande desilusão. Pergunto-me se alguma vez te questionaste o que seria feito de mim, se ainda te amaria como eu tantas vezes me interroguei.
Não interessa, eu respondo na mesma, sim ainda te amo. Amo-te porque fui tua como nunca fui de mais nenhum, amo-te porque encontrei em ti o que não vi em mais ninguém, amo-te porque foi contigo que aprendi a amar.
Ainda não acredito em histórias que começam com “era uma vez…” e terminam com “…e viveram felizes para sempre”, mas neste momento o meu coração volta de novo à vida, sai do frio em que mergulhou desde aquele dia, e é então que tenho a certeza que num qualquer quarto do mundo te encontras, a fazer as mesmas perguntas que eu, a afirmares que também me amas.
A nossa história não tem final feliz, pois foi real, foi um acaso do destino, um golpe de sorte. Sabia que não mais te voltaria a ter quando te deixei ali, sozinho embarcando. Mas sinceramente não me importei, pois tu já eras meu como nunca voltarias a ser de alguém. Tínhamos sido o primeiro amor um do outro, e isso, meu querido, jamais se repetirá.
Por isso sim, posso afirmar, sem medo de falhar que te encontres onde te encontrares, ainda me amas e que sempre me amarás.
Porque o primeiro amor, esse, nunca se esquece, por muitos que se vivam depois.”

27.4.09

hoje choro

Hoje choro talvez por um sonho, por uma ilusão, por aquilo que nunca tive e que talvez nunca terei. Choro por ser egoísta e por querer ter para mim o que tu tens, o que o mundo em meu redor tem.
Agora choro por a dor me parecer devorar e eu já não ter forças para a impedir. Choro por me encontrar num sítio tão frio, por me encontrar tão sozinha.
Não, não choro por ti, nem por não me dares o que eu peço. Não choro por querer que fosses tu o abraço que me aquecesse, a pessoa que desta solidão me resgatasse…
Choro apenas por chorar, choro por apenas isto conseguir fazer, choro por não ser forte o suficiente para continuar a lutar, para continuar a esperar ser brindada com o que tanto procuro.
Estou farta de ouvir todas as frases feitas, todas as palavras de conforto, de nada me servem quando, como agora choro...

24.4.09

Entre quem fui e quem serei...


Entre quem fui e quem serei existe quem sou agora, tão difícil de conseguir definir tantas e tantas vezes.
Entre o meu passado e o meu futuro vivo o meu presente, por vezes mergulhada na nostalgia de lembranças idas, por vezes esperando ansiosamente que o futuro chegue mais cedo…
Entre a menina ingénua e insegura, das histórias de encantar e a mulher que um dia serei, existe um alguém, que tenta ser um bocadinho melhor em cada amanhecer, que tenciona ser perfeita sabendo que nunca o será, pois só assim a vida faz sentido. Existe uma pessoa a tentar aprender a ser mais segura de si, a confiar mais nos outros e no seu futuro…
Entre o meu ontem e o meu amanha vivo o hoje, o melhor que sei, o melhor que posso. Não sou perfeita, e erro quando menos posso errar, choro nas alturas menos apropriadas, rio menos do que queria, dou muitas vezes mais do que merecem, exijo sempre mais de mim do que a maioria pode exigir, apenas para ser diferente, apenas por saber que posso ser sempre melhor…
Entre quem fui e quem serei, existe quem hoje sou, sou como sou, não para agradar, não para intimidar, não para enganar, apenas porque só assim sei ser. Não pretendo ser notada, apenas nem sempre esquecida. Não pretendo ter de volta tudo o que de mim dou, apenas espero ver reconhecido o meu esforço em ser a melhor amiga possível, a melhor filha que consigo ser, a aluna mais esforçada…
Entre o ano passado e o novo que se avizinha existe alguém diferente, que se desilude e que desilude os outros também, existe alguém que cresceu e aprendeu com os seus erros…
Não sei muitas vezes quem sou, nem quem serei, não sou pessoa de grandes certezas, mas sim alguém que vive em dúvida constante. Não sei se sou boa ou má pessoa, muitas haverá melhor ou pior que eu, muitas haverá para mo dizerem…
Apenas sei que sou diferente, e que gosto de ser diferente…

22.4.09

Faltas tu...


A música ecoa pela casa, sempre naquele ritmo tão familiar…mas parece faltar algo. Percorro todas as divisões da mesma, toco em móveis, paredes, objectos mas parece continuar a faltar algo…
Todos os sons estão aqui, a mesma mistura de cheiros ainda perfuma o ar, mas a sensação que algo está errado não abandona a minha mente, talvez seja a mesa por arrumar ou o espaço que sobra no meu roupeiro…
Sim, a diferença encontra-se mesmo naquela mesa, foi posta apenas par um e não para dois como habitual…sim, agora sei qual a diferença nesta imagem…faltas tu…
Falta o teu sorriso a acompanhar a música, falta a tua mão estendida convidando-me para dançar, falta o teu perfume entre os cheiros que noto, faltas tu…
Foi tão difícil deixar-te partir, aceitar que não te podia continuar a reter quando apenas querias partir. E partiste-te, fugiste para bem longe de mim e deste lugar, fugiste e continuas a fugir, procurando algo que dizes desconhecer, que sentes que te falta…
E fugindo vais continuando, mais que de mim e deste sitio, foges de ti e tentas encontrar-te em sítios diferentes todos os dias.
Não te quero assim tão longe de mim, preciso de ti, na minha vida e em mim, pois tu marcaste-me, tal como uma queimadura num forno esquecido, surgiste de súbito na minha vida e nela te instalaste de tal modo, que deixei de conseguir distinguir lembranças onde tu não estivesses…
Por isso hoje, quando a noite cai, e som da chuva me embala te chamo baixinho, te peço que deixes de fugir de ti mesmo, que te reconcilies com a pessoa que és ou que foste, que encontres aquilo que tanto procuras e que então voltes para mim...
Pois aqui tudo está igual, nada parece ter mudado, tudo está suspenso esperando o teu regresso…
Por isso volta depressa por favor…


(para a Mariana, não pela história em si, 
mas pela paciência e "inspiração"....
obrigada linda...)

20.4.09

Para aquele grupinho, o meu grupinho,

Para aquele grupinho, o meu grupinho, vocês sabem quem são (pelo menos assim espero) …=p
Nem sempre conseguirei evitar a tua queda, mas sempre tentarei, e se falhar e tu caíres, levanta a cabeça e procura a minha mão, pois ela estará sempre estendida para que te possas levantar…
Nem sempre conseguirei evitar que tropeces, mas sempre te alertarei das pedras e dos buracos do caminho…
Nem sempre conseguirei evitar que as lágrimas molhem a tua cara, mas sempre estarei disposta a seca-las com o mais franco sorriso, com a palavra certa, com o comentário mais parvo…
Nem sempre conseguirei fazer nascer um sorriso na tua cara que apague a tristeza dos teus olhos, mas para sempre tentarei…
Nem sempre conseguirei evitar que a vida te desiluda, mas sempre estarei disposta a ceder um abraço que conforte o teu coração…
Nem sempre conseguirei ser a melhor das amigas, a amiga que sei que mereces, mas sempre tentarei…
Não por achar que tu o mereças ou que seja esse o meu “papel”, a minha “obrigação”, mas sim para de algum modo tentar retribuir o já me deste, o que por mim fizeste…
Não por esperar algo em troca, mas sim por apenas querer ver-te bem e feliz…
Pois tu és…uma das pessoas de quem gosto de forma incondicional e vitalícia…
Pois tu és…quem já me deu mais do que eu esperava, do que eu pedi…
Pois tu és…membro daquele grupinho, o meu grupinho… =)

18.4.09



Queria que visses nos meus olhos o quanto eu de ti preciso…
Queria que conseguisses perceber a falsidade nas minhas palavras…
Queria que me provasses como sou importante, como tenho valor, como sirvo para alguma coisa e não apenas que mo dissesses, pois neste momento não consigo acreditar, em nada nem em ninguém…
Olho ao meu redor e só encontro o vazio, o silêncio e a falta de vida neste lugar, em mim…
Por uma vez na vida, não me queria sentir sozinha, queria ser uma prioridade na vida de alguém…
Sinto-me a lutar contra uma causa inglória, apetece-me baixar os braços e finalmente render-me…
Porque simplesmente está ser difícil demais, dar sempre o meu melhor e não ver resultados…
Não quero mais, não posso mais continuar assim…e é por isso que por ti agora grito, não por capricho mas sim por necessidade, porque se tu não ouvires e não vieres em meu socorro, cairei…
E caída permanecerei, sem esperança e muito menos vontade de me tornar a levantar e aguentar firme até a tempestade
passar…

17.4.09

quando te encontrei...



Quando te encontrei, encontrei-me também…
Quando te encontrei, aprendi como era fácil sorrir, como era simples viver, como dói a ausência de alguém…
Quando te encontrei, descobri o amor, quer o seu lado bom, quer o seu lado mau…
Quando te encontrei, mudei, passei a confiar, a acreditar num mundo melhor, numa vida menos cinzenta, que quase tudo seria possível…
Quando te encontrei, descobri a intensidade de situações, de lugares, sensações ou sentimentos…
Quando te encontrei, soube o que é precisar tanto de alguém, como a saudade parece sufocar, como se pode gritar o nome de uma pessoa em silencio…
Quando te encontrei, tive a certeza que não mais te poderia perder…
Quando te encontrei, tive mais que amizade, mais que afecto, mais que companheirismo, mais do que esperava, mais do que pedia…
Porque quando te encontrei, reconciliei-me comigo mesma, descobri um lado meu que desconhecia, tornei-me mais forte…
Porque quando te encontrei, comecei a viver…

13.4.09

entre a multidão

Entre a multidão se encontra ela, vagueando sem rumo aparente, apenas mais um rosto entre tantos…
Entre a multidão vai passando despercebida, parece ser transparente aos olhos de quem passa…
Entre a multidão ninguém vê, ninguém repara, no seu rosto molhado ou no seu olhar triste, e se alguém por acaso o nota, não liga, tão concentrado que está em usar o escudo da indiferença no seu dia a dia…
Entre a multidão ninguém parece ter tempo para a tentar perceber, para a tentar conhecer, e se alguém com ela se esbarra não tenta sequer ver a pessoa que existe por trás daquelas roupas, daquela figura, a pessoa que se esconde naquele olhar vago…
Entre a multidão, tantos rostos diferentes, tantas personalidades distintas, tantas pessoas apenas concentradas nas suas vidas, nos seus problemas…
Entre a multidão já ninguém tem tempo a perder, para ouvir, para aconselhar, para apoiar alguém sem esperar algo em troca…
Assim ela limita-se a ser apenas mais uma entre a multidão, e quem hoje nela reparou amanha já dela se terá esquecido…

10.4.09

no teu abraço


No teu abraço...
No teu abraço, encontro a minha paz de espírito, o alento que procuro, o carinho que preciso…
No teu abraço, sinto-me segura, reconfortada ou apenas querida por alguém…
No teu abraço não sinto a injustiça do mundo, não sinto necessidade de chorar…
No teu abraço encontro todo um mundo novo, aquele mundo só teu e meu, que apenas a nós pertence…
No teu abraço experimento mil e uma sensações novas…
No teu abraço, não sinto a chuva a castigar-me ou o vento a ralhar-me…
No teu abraço posso enfim ser eu, apenas eu, sem medos, sem receios, sem máscaras.

8.4.09

saudade


Saudade, mais do que de ti, mais do que de mim…
Saudade, daquela altura, daquele sorriso, daquela parvoíce…
Sim, tanta saudade que já não sei que fazer com ela…
Uma saudade que me faz duvidar da veracidade de situações, momentos, sentimentos, verdades, palavras…
Uma saudade que me prende a um passado onde eu já não quero estar…
Uma saudade que me faz ser uma pessoa, que já não quero ser mais…
Saudade e sentimento de perda, é o que sinto agora…
Mas de perda de quê?
Se eu nunca tive o que sinto que perdi?
Saudade, mais do que de ti, mais do que de mim…
Apenas saudade de algo que nunca existiu…

6.4.09

aquele momento...


Não quero estar aqui, não quero viver no passado, nem na duvida do “e se…”;
Não quero escrever textos melancólicos ou tristes…
Apenas quero voltar àquele momento…
Àquele momento onde era feliz e sabia que o era…
Àquele momento onde sorria só por sorrir, onde o mundo era belo todos os dias…
Àquele momento cheio de sonhos, ilusões e esperança…
Não, não quero viver no passado, nem de recordações…
Apenas quero aquele momento uma vez mais, apenas o quero ver espelhado no meu presente e no meu futuro…
Mas a vida não é justa e na maior parte das vezes não temos o que queremos…
Enfim…coisinhas da vida…

O Abraço


Olho para ti…
Agora que aqui estás de olhos postos em mim, esperando que eu diga algo…
Não encontro palavras…
Tinha tanto para te dizer, para te contar mas…
Olho para ti e perco-me nos teus olhos…
Sorris e eu esqueço o mundo que nos rodeia…
A chuva continua a cair, molhando-nos, mas já não importa…
Agora que estou segura no teu abraço nada mais importa…
Esperei tanto por ele que parece irreal tê-lo encontrado…
Nada mais quero, que não seja guardar bem presente em mim esta memória…
Não preciso que me beijes, nem que me sussurres que me amas…
Apenas garante que não me deixarás fugir deste abraço, que não me largarás por nada…
Porque no fundo a menina dos abraços…
Apenas quer que a abracem a ela…

2.4.09

a promessa


Aqui e agora relembro a tua promessa…
Prometes-te que nunca partirias….e nunca partiste…nunca por completo, nunca inteiramente…
Sinto a tua presença em todo o que me rodeia…
Na brisa que me acaricia a cara…
No assobio do vento…
Na sensação de um abraço invisível que me envolve quando a saudade me atinge e me lembro de ti…
Quando penso em desistir, fecho os olhos e consigo ouvir a tua voz a sussurrar-me “ainda não…aguenta mais um pouco…”
Aqui me encontro agora, a falta que me fazes trouxe-me até ti…
Sempre tive receio de sítios como este, o silencio e a falta de vida incomodavam-me…mas tudo mudou desde que aqui estás, pois apenas aqui encontro paz…
Agora sento-me horas a fio ao teu lado, contando-te todas as minhas vitórias e derrotas, crenças e receios…e o silencio que me envolve traz consigo todas as tuas respostas…
Quem aqui me visse diria que sou maluca, por falar para algo que não me pode responder…mas não preciso de ouvir a tua voz para saber qual o caminho a tomar quando me sinto perdida, ou me sentir reconfortada por ti, basta-me apenas escutar o silencio…
Não é justo, eu nada poder ter feito para impedir a tua partida…
Não te poder salvar quando tu me salvaste a mim…
Quando to disse riste-te de mim, disseste-me que isso nada importava, que te tinha dado a maior das dádivas, que fora não te deixar morrer sem nunca teres amado de verdade…
Agradeceste-me por isso lembras-te?
Perdida em recordações regresso a casa…
Continuo a não achar justo, sim para ti é fácil, amaste e foste amado…mas partiste…
E eu fiquei aqui, a sentir que me tiravam a única razão para continuar…
Sentindo-me obrigada a contentar-me com a tua presença sem não te poder tocar!
Mais uma vez…ainda não acho justo…