27.2.10

Fronteiras


Não quero mais que passes fronteiras para ti sempre invisíveis, que conheças todos os cantos e recantos do meu mundo e que nele possas agir como se fosses dono e senhor. Não quero mais sentir-me em casa nas tuas palavras, conseguir prever atitudes e ler jeitos e trejeitos.
Nesse mundo que é o teu, quero esquecer o nome das diferentes paisagens que possui, não ser capaz de distinguir os dias nebulosos dos ensolarados nem saber onde todos os rios nascem e desaguam.
Quero refugiar-me em mim, cercar-me de muros bem altos que impeçam a tua entrada e deixar que o esquecimento engula essa passagem secreta que sempre uniu estes dois mundos entre os quais deambulo e conheço demasiado bem.
Hoje quero fazer o impensável e abandonar aquilo que tantas vezes foi o motivo de todas as decisões e o empecilho em todas as tentativas de fuga. Porque hoje a ausência é maior do que o orgulho no “nosso não sei quê…”, daquele algo que transcende as palavras e recusa qualquer tentativa de explicação…quero perder-me pelas ruas do esquecimento e não ser capaz de recordar o caminho de regresso ao meu porto seguro.
Porque hoje a emoção leva a melhor na eterna luta com a razão, quero abrir mão de tudo e simplesmente esquecer…

19.2.10

Insegura, hoje sinto-me insegura!


Insegura, hoje sinto-me insegura!
Já não sei o que é certo ou errado, se viro à direita ou à esquerda, se faço bem ou faço mal. Dou por mim perdida em pensamentos, a deixar que as duvidas assolem a minha paz de espírito.
Revejo momentos, palavras, silêncios e atitudes e já não sei dizer se foram as mais acertadas, se o fiz por achar que era o melhor para todos, a atitude mais correcta a tomar ou por apenas ser incapaz de cortar definitivamente e partir em direcção completamente oposta.
Duvido dos motivos, duvido das personalidades, duvido da importância, dos sorrisos e das meias verdades…
Insegura, hoje sinto-me insegura….e no meu de tanta insegurança e falta de confiança em mim própria, finalmente percebo que não posso ter a atitude mais ajustada, ficar calada e não espernear, ser a boa menina do costume, fechar os olhos aos pormenores que me magoam e fingir acreditar que existe um valor maior que fará todo o suplício valer a pena!
Finalmente percebo, os revezes de se ser demasiado boazinha para demasiadas pessoas em demasiadas tentativas de agradar, culpa desta mania de ter que ser perfeita sabendo que nunca o serei!
Insegura, hoje sinto-me insegura e como tal mando tudo "à fava", estou farta de manter o sorriso quando ele apenas quer desaparecer, farta de desviar o olhar e fingir não ver, farta de ignorar aquela dorzinha teimosa que persiste dia após dia e comportar-me como se tudo já pertencesse ao passado…
Apetece-me dizer que odeio tudo e todos! Gritar ao vento como a situação é injusta, dar-me palmadinhas nas costas e reconfortar-me por ter como rota o caminho em frente quando a dor é tão intensa, quando fazer o correcto e o que toda a gente espera que eu faça se torna tão torturante.
Insegura, hoje sinto-me insegura quanto ao caminho a seguir, entre escolher assumir o fracasso caminhando para bem longe sem nunca olhar para trás ou escolher continuar de espada em riste e armadura colocada batalhando por uma causa inglória na qual os principais visados nunca me darão o devido crédito se dela, algum dia sair vencedora!
É complicado sentir, é difícil de encontrar, é quase impossível de esquecer mas tão fácil de ignorar quando não somos nós que o enfrentamos!
Insegura, hoje sinto me insegura e por tal quero ter o direito de pensar só e apenas em mim, de ser egoísta e achar que a minha dor é a maior do mundo…nem que seja por um breve momento...
Insegura, hoje sinto-me insegura!

12.2.10

Menino dos meus olhos



Menino dos meus olhos que com esse sorriso derretes por completo o meu coração e apaziguas a dor que o consome com a inocência que dos teus olhos transborda.
Menino dos meus olhos, junto a ti encontro a paz que procuro quando o mundo lá fora enlouquece, sento-me por momentos ou durante horas vendo-te brincar ou brincando contigo, todos os problemas se minimizam e o resto do mundo fica suspenso por instantes.
Menino dos meus olhos que me reconfortas, que transformas tão habilmente o dia mais chuvoso no mais solarengo e me fazes sentir ter esse mesmo dia ganho cada vez que me presenteias com um beijo lambuzado de chocolate ou com um abraço inesperado.
Saberás tu por acaso que te encontras na fase mais abençoada da tua vida? Saberás tu menino lindo dos meus olhos que nunca mais a tua felicidade será tão instantânea, esse sorriso tão verdadeiro ou a tua vida tão despreocupada?
Não, não sabes, talvez por estares igualmente na fase mais desvalorizada e possivelmente mal aproveitada da tua existência pois desconheces a quão boa ela pode ser…
Por tudo isto, menino lindo, que cativa me tens desde que mais não sabias do que dormir, comer, berrar e babar, não tenhas pressa de crescer! Não queiras abdicar tão facilmente das brincadeiras, das birras despropositadas e das perguntas mais inapropriadas. Cresce bem devagarinho pois quando ingressares no “mundo dos adultos” esta será precisamente a fase cuja falta mais será sentida.
Menino dos meus olhos…não queiras deixar de ser criança! Assegura-te que em ti sempre haverá uma réstia de tudo o que hoje te define.
(Dedicado aos meninos dos meus olhos que tão docemente aquecem o meu coração...=P )

4.2.10

O que é a amizade?


O que é a amizade? Como se mede? Como se pesa? Como se define? A que se resume? Hoje dou por mim a interrogar-me…
Será que a verdadeira amizade apenas e só verdadeira quando convém a uma ou a ambas as partes? Será que não passa de puro oportunismo, de puro comodismo?
O que é a amizade, como se mede, como se pesa, como se prova? O mundo gira, a vida avança e eu dou por mim a perdida em novas realidades! As coisas mudam, por vezes tão rapidamente que se torna difícil não me ver apanhada pela surpresa que as mesmas me causam…
Recuso-me a acreditar novamente, recuso-me a ser amiga de quem parece não se importar com o facto de que o seja ou não, recuso-me a fingir q nada mudou, que atitudes não me decepcionaram, recuso-me a acreditar em desculpas vãs e vazias em conteúdo e sentimento!
Palavras são apenas e só palavras e sozinhas, de nada valem, nada provam, necessitam de ser acompanhadas de actos e atitudes, tempo dispensado, para de facto serem valorizadas.
Hoje não consigo ser a mesma amiga ingénua e inocente que conheces-te sempre pronta a ajudar no que fosse preciso, e isso, é algo que lamento profundamente! Não por ti, que hoje caminhas firme pelo teu pé esquecendo quem te estendeu a mão quando apenas gatinhar sabias, mas por mim…
Por hoje me mostrar incapaz de não olhar as pessoas que de mim se aproximam com desconfiança, por hoje ter medo de ser prestável, de ser VERDADEIRAMENTE amiga de alguém e de ter receio de novamente me sentir “usada” como lenço de papel que se usa e se deita fora.
Mas não! Não terás o gostinho de me fazer vacilar, de me veres deixar de ser o tipo de amiga que sempre tentei ser, desinteressada e sincera. Apenas não serei essa AMIGA para ti…contudo tenho que te agradecer, pois tu relembraste-me a importância de se saber separar o trigo do joio, de não se poder confiar tão rapidamente, tão cegamente, fizeste-me valorizar ainda mais aquelas pessoas que estão sempre ali quando levanto os olhos e olho em meu redor, apesar de todas as brigas, discussões e chatices, aquelas que continuam a sua caminhada de mãos dadas comigo, que não vacilam e desistem à primeira contrariedade …
Na capa preta ficará para sempre marcada a tua passagem pela minha vida, mas apenas e só os bons momentos, as risadas, as lágrimas outrora afagadas, recordações de praxes e noitadas de estudo ou nem por isso, as longas conversas…faltará para sempre o que poderia ter sido e não foi, a cumplicidade, a amizade para uma vida…

2.2.10

Quero...

" Quero escrever pelo simples prazer de escrever. Quero sorrir só porque sim, ouvir musica a altos berros, dar piruetas, dançar de olhos fechados, dar pulinhos de felicidade e sentir a chuva cair de mansinho na minha cara.
Não quero esconder nada do que penso ou sinto nem me refugiar na apatia, não quero fingir mais que os meus problemas não me vergam as costas e não me dificultam a tentativa de olhar em frente, muito menos me quero socorrer de sorrisos fingidos para evitar olhares piedosos.
Fecho os olhos, respiro fundo, quero entrar na luta e não me deixar dar por vencida, encontrar alegria em pequenas coisas, em gestos insignificantes. Quero ser o pequeno, mas teimoso barco que audaciosamente enfrenta a tempestade e a vence quando em bom porto consegue atracar.
Não quero perder tempo em análises, em demandas pelos porquês nem tão pouco esperar que o carrossel de emoções pare e que as tonturas e vertigens passem. Não pretendo lamentar a perda da felicidade passada e muito menos perder tempo fazendo previsões do que um dia poderia ter sido ou como poderia ter ocorrido
Quero viver o meu agora, o melhor que souber, o melhor que puder, aproveitar cada minuto gastando-o em tudo o que me dá verdadeiro prazer, faz sorrir os meus olhos e aconchega a minha alma
Quero ser Feliz AQUI e AGORA, apenas porque posso, apenas porque somente de mim depende…"