12.12.09

Faz de conta


"Vem…senta-te comigo e distrai-me, faz-me esquecer o lugar onde me encontro, as razões que aqui me trouxeram.
Brinquemos de faz de conta…
Faz de conta que sou grande, que fiz muitas asneiras, que cometi erros e este é o castigo que me calhou em sorte.
Faz de conta que não tenho três anos e percebo aquilo em que os meus pais acreditam, que sei o que é o conceito de Deus e das provações que ele coloca à minha fé, que tenho idade suficiente para me resignar com a injustiça da vida, que sei o que é a força de vontade e entendo quando me dizem que preciso de ser forte e lutar.
Faz de conta que sei porque não posso brincar lá fora, correr livremente e dar muitos beijinhos aos meus pais, que sei o que estas pessoas em meu redor fazem com todos esses objectos que tantas vezes me magoam…
Faz de conta que não vês todas as batalhas perdidas por mim nesta luta, presentes no meu corpo, que não vês as marcas de seringas, as nódoas negras, o meu ar pálido e cansado.
Vem, brinca comigo! Faz de conta tu agora…faz de conta que sabes o porquê de eu aqui me encontrar, que sabes dar-me razões minimamente aceitáveis para eu ter que enfrentar tão dura disputa em tão tenra idade.
Faz de conta que sabes o que o amanhã me reserva e que não tens medo de quando cá voltares daqui não me encontrares por saberes que o único motivo justificável da minha ausência será o facto de finalmente poder ter ido para casa e começar a conhecer o mundo.
Anda! Brinca comigo de faz de conta! Pois no mundo de faz de conta tudo pode ser como nós queremos, a vida faz sentido, as respostas são fáceis e claras, os sorrisos abundam e eu sou saudável…"


(eu tentei...não sei se deu muito resultado mas...)

5.12.09

Lá...aqui...

Lá onde a escuridão reina e o silêncio é dono e senhor, onde os ecos das falas, dos pensamentos e das ausências são abafados e engolidos pelo vazio…
Lá onde a temperatura é sempre amena independentemente da chuva que violentamente martela o vidro da janela ou que cai de mansinho e leva consigo todas as dúvidas, receios, incertezas, desilusões e frustrações, do vento que tantas vezes me assobia ao ouvido conselhos por vezes esquecidos, do sol que teima em se querer esconder por entre as nuvens, envergonhado, não querendo mostrar todo o seu esplendor…
É para lá que eu caminho, é para lá que eu corro…
Aqui, onde chego, me reencontro e reaprendo a ser novamente apenas e só eu, aqui mais ninguém tem permissão para entrar, reina a paz e sossego, todas as vozes cessam, todos os problemas se desvanecem, a vida corre sorridente…
Aqui, neste lugar que o resto do mundo desconhece, colo uma vez mais todos os cacos que me definem, respiro fundo e procuro a inocência perdida a ingenuidade de outrora, forças para enfrentar a vida lá fora…
Aqui não preciso de fingir sorrisos, de deter lágrimas, de me esconder do mundo, posso simplesmente ser eu…por isso não me peças que abandone este meu cantinho encantado e enfrente o cinzento da vida, não me peças que me levante e dê a outra face para a vida me maltratar…
Não me chames! Pois assim não ouvirei a doce melodia do silêncio. Não digas que aqui não me posso refugiar…Dá-me apenas mais cinco minutos e eu prometo dar-te mão e regressar então contigo.

29.11.09

Hoje



Hoje, olho em redor e tudo soa a falso. As palavras que me dizem são ocas e vazias, as atitudes das pessoas parecem-me por vezes, tão mesquinhas e insignificantes. Os dias são monótonos e desprovidos de alegria e eu limito-me a arrastar-me de um dia para outro sem me preocupar minimamente em tentar distingui-los, pois neles faltas tu…
Hoje, esforço-me e concentro-me em recordar memórias e vivências, lembrar quando e porquê ganhaste tamanha importância, quero reter os gestos, as palavras, os sorrisos, quero perceber se sempre foste como te comportas agora, se realmente eram “os coraçõezinhos na minha cabeça” que me toldavam a visão. Mas por mais que me esforce não encontro conclusões satisfatórias que expliquem este círculo vicioso onde me encontro e me possibilitem uma escapatória do mesmo.
Hoje, faltas tu com as tuas palavras para amenizar o cinzento dos dias chuvosos e lhes adicionares algum colorido, para aquecer o meu coração do frio que faz lá fora, para esbater esta saudade da qual fujo e nego sem saber muito bem porquê.
Hoje faz-me falta a pessoa que tão bem já me descreveu, tão bem um dia me conheceu (ou talvez não)...
Hoje...

2.11.09


Se serei capaz de viver sem ti? Não duvido que serei!
Se acho que encontrarei alguém que ocupe o lugar que te havia destinado no meu coração, na minha vida? Claro que sim, ninguém é insubstituível, contundo confesso que não serás decerto das pessoas mais fáceis de substituir, de esquecer…
Como esquecer alguém que está em mim, em todo o que faço, digo ou sou? Como não me lembrar constantemente de alguém cuja voz a minha consciência parece ter-se apoderado e feito dela o seu modo de expressão e me vejo forçada a ouvi-la constantemente nos meus momentos de dúvida ou receio?
Como não sentir falta daquela tranquilidade que apenas a tua companhia, as tuas palavras, a tua atenção… tu eras capaz de me proporcionar?
Como apagar recordações impressas a fogo na minha memória? Mas como não deixar de o tentar fazer se o que hoje vejo me faz duvidar da veracidade das mesmas? Se hoje em ti todo me impele para que o faça?
Assim apenas me resta deixar todas as lembranças, expectativas e esperanças no passado, aceitar que tudo tem prazo de validade e que este já parece ter expirado à muito!

29.10.09

...

Não esperes que vá atrás de ti, porque não o farei…
Não esperes que lute, se já não acreditar…
Não esperes que acredite, se já não vir provas…
Não me imponho a ninguém, não obrigo os outros a terem-me na sua vida, se assim não o quiserem, não sou amiga de quem não se mostra interessado em sê-lo para mim também.
Se errei? Provavelmente! Não sou perfeita nem nunca o serei, mas terei sido a única a te-lo feito? Será apenas e só minha a culpa de todos os percalços?
Hoje apenas me pergunto…onde estão os actos para comprovar tantas e tão doces palavras? Onde está a paciência, a cumplicidade, a saudade das conversas e do tempo dispensado?
Onde estás tu? Onde estão todas as promessas?
Não, não estou a pedir explicações, já não as quero, delas já não preciso…




(dedicado à minha companheirinha do voluntariado! 
obrigado linda pelas conversas, pelos conselhos, 
pelos risos e bons momentos =D )

17.10.09

porque...


Porque hoje sinto a tua falta e precisava que estivesses presente mais do que nunca.
Porque hoje queria adormecer nos teus braços e não posso, queria ouvir palavras tão tuas, tão únicas, sussurros que encorajam e me dão forças…
Porque hoje olho à minha volta e não encontro quem jurou nunca partir, o amigo de tantas horas, a minha consciência personalizada, o meu refúgio.
Porque hoje fecho os olhos e desejo com todas as forças que em mim existem, que ouças o meu pedido de ajuda, que ele, por muito longe que te encontres, te desperte e te faça sentir o quanto a falta da tua voz, das tuas palavras, da tua presença é sentida.
Porque hoje, mais do que ninguém, como a ninguém, é de ti, que careço ao meu lado.

13.10.09

porto de abrigo



Quando o mundo parece ruir á minha volta, quando tudo q julgava como certo desaparece como areia entre os dedos…é para o teu colo que imediatamente me apetece fugir.
Quando a dor invade o meu peito de tal forma q ate o simples acto de respirar se torna difícil de concretizar e as lágrimas sufocam os meus murmúrios de pânico e medo...é o teu abraço q mais quero sentir.
Foste, és e serás sempre o meu porto d abrigo, a luz ao fundo do túnel, o farol na tempestade. Será s
empre para ti o meu primeiro pensamento quando a vida me ralhar, será sempre o teu olhar o primeiro que procurarei entre os que testemunharão os meus sucessos e vitórias mesmo quando os nossos caminhos se desencontrarem nas encruzilhadas da vida e de ti apenas restar as memórias que resistem ao esquecimento que o passar do tempo lhes impõem, fecharei os olhos e pensarei com todas as minhas forças em ti, sorrindo à medida que tantas e tão boas recordações de 1 passado em conjunto desfilarem à minha frente.
Fecharei os olhos e fugirei para ti, meu porto seguro, intemporal e constante e de novo ouvirei as tuas palavras de conforto e encorajamento, dando-me alento para nova batalha nesta guerra constante a que chamamos vida, relembrando-me que sou mais forte do q qualquer obstáculo q possa atravessar -se no meu caminho. E uma vez mais sentirei a tua falta…



"...when the storm is raging outside
You're my safest place to hide
(...)
When I feel like giving up
(...)
You understand me like nobody can
(...)
When this whole world gets too crazy
And there's nowhere left to go
(...)
You're the only truth I know
You're the road back home
(...)
You're my safest place to hide ..."
Backstreet Boys - Safest Place To Hide

14.9.09

Hoje (novamente) choro...

Hoje novamente choro, não por ti…mas sim, pela pessoa que era quando eras presença constante na minha vida.
Hoje apenas o teu reconfortante abraço poderia impedir que as lágrimas de novo molhassem a minha face. Mas por mais que procure tu não estás em parte alguma, apenas o teu fantasma vem ao meu encontro.
Tento dete-lo, obriga-lo a não fugir de mim, a não desaparecer da minha vida, mas ele não me liga e desvanece-se no ar rindo de mim.
Serei mesmo esse monstro de quem foges? Não terei eu qualidades que atenuem todas essas coisas que não suportas em mim?
Hoje novamente choro, não por ti, não por quem fui, por quem era, por quem sou. Choro sim por sentir que perdi o que jamais julguei poder perder.
Choro pelas tentativas falhadas de o conservar junto a mim, por parecer que apenas tento abraçar o vento.
Hoje novamente choro, por tudo que dei, que parece nunca ter sido suficiente. Pelas atitudes mal compreendidas, pelas tentativas em fazer sempre o melhor para todas as partes envolvidas.
Choro por ter gostado demasiado, por ter querido demais, pelo passado e pelo presente.
Hoje novamente choro, pela opinião que tens de mim, pela suposta sinceridade recíproca, mas principalmente pela ausência, pelo sentimento de fracasso, pelo vazio…

6.9.09


As palavras tornaram-se ocas, vazias, incapazes pela primeira vez de serem o reflexo do meu estado de espírito.
Tenho tanto a transmitir, a dizer…mas se o escrevo nada faz sentido, nenhuma linha tem qualidade.
Tento e volto a tentar mas no entanto nem uma palavra exterioriza algo do que penso, do que sinto.
O dom (se alguma vez o ouve), parece ter-se evaporado. Apetece-me gritar de irritação, de frustração!
Quero escrever, preciso de escrever, mas sou incapaz do fazer…
Preciso de ver as letras desfilarem pelos meus dedos para que as ideias e pensamentos façam sentido na minha cabeça.
Para perceber porque é que tudo parece se ter tornado tão difícil de lidar, de resolver ultimamente.
Para entender o motivo de tudo ser tão frágil, de tudo se desintegrar ao mínimo toque. O porquê dos prazos de validade nas relações, em amizades.
Sinto-me um elefante numa loja de peças de vidro, onde ao mínimo movimento algo se quebra!

20.8.09

o sonho

As palavras haviam ficado mudas, sem nexo, em puro desalinho. Na folha de papel as letras teimavam em fugir e as ideias e sentimentos tornavam-se difíceis de verbalizar.
A escuridão adensava-se tentando diluir-me em si. Tentei fugir, gritar, reagir, mas a apatia dominava-me e apenas conseguia ficar quietinha no meu canto, de ouvidos tapados e olhos cerrados recusando-me a acreditar.
E assim procurava os traços de outrora e aquele" não sei quê" que te tornava real, na minha memória essa lembrança era tão nítida que quase conseguia materializar-te ali, bem ao meu lado.
Mas nesse momento as trevas alcançaram-me, obrigando-me a encarar a verdade. Relembrar que aquela era apenas e só uma simples e inútil recordação, personificação de um tempo ido e não do agora.
Cortei todas as amarras, rompi com o passado, proibi as lembranças, esqueci os sorrisos e recordei todo o tormento, libertando-me por fim.
A medo fui abrindo os olhos, agora apenas num profundo e pesaroso vazio me encontrava.
Ao acordar os mesmos aromas, os mesmos sítios, tudo tão igual e tão diferente ao mesmo tempo!

14.6.09


Talvez se olhar bem no fundo dos teus olhos encontre respostas para todos os meus porquês e consiga finalmente pôr cobro na dor constante que os mesmos me provocam. Mas tenho medo e não procuro, tenho medo de encontrar alguém que não reconheça, tenho medo que neles só ver reflectido a indiferença e frieza.
O tempo passa e o que ontem era tido como verdadeiro, hoje já não o é mais. Se recordo o passado este parece não me pertencer, as personagens não correspondem aos actores que as desempenharam e o diálogo, esse parece ter sido irreal.
Fosse esse passado hoje presente e não actuaria assim, não deixaria o espectáculo terminar sem as minhas respostas, nem representaria a cena final da mesma forma. Prostrada no meio do palco, sozinha e completamente destruída.
Queria apenas ter-me apercebido da altura da mudança de cena, para que dela me pudesse ter retirado com alguma dignidade, mas não a distingui tão concentrada em assistir ao teu desempenho, para mim o resto desaparecia e o palco apenas nosso era.
Não, não procurarei respostas nos olhos do actor quando foi pela sua personagem que me apaixonei. Apenas lhe posso pedir que não me diga falas de uma peça há muito extinta, falas que não são acompanhadas dos gestos e acções de outrora.
As personagens mudaram, o texto já não é igual e entre uma peça e outra apenas pretendo esquecer.

11.6.09

o encontro...parte 2

Quando te vi apenas queria correr para ti, prender-te nos meus braços e não mais te largar…mas hesitei e não o fiz. O olhar de outrora cedera lugar a esse que agora me mira, a doçura desapareceu e a inocência transformou-se em desconfiança.
Contudo foi o gelo no tom do teu seco “olá” que me fez desistir de qualquer reaproximação. A atitude de indiferença, de superioridade não permitiu que eu reconhecesse mais quem eu amava.
Já não recordo o motivo da nossa briga nem de como por teimosia deixamos que ela nos afastasse assim…sem retorno aparente.
Viro costas e parto, parto por não conseguir “gritar-te” todo o que sinto, até ficar sem voz, até conseguir resgatar aquela tão doce menina que dela me deixou prisioneiro…

2.6.09

o encontro...parte 1


Quando te olho o tempo pára, o resto do mundo desaparece e ficas apenas tu. Como podes estar a escassos passos de mim e ao mesmo tempo tão distante? Se mergulho nos teus olhos perco-me nas dúvidas que eles me suscitam…
Queria quebrar a rigidez que não me deixa mexer, queria recuperar o fôlego que a tua presença me rouba e de ti me aproximar, só mais um pouco, só o suficiente até te conseguir abraçar, só o suficiente até no teu sorriso me encontrar novamente…
Mas tu viras costas, segues em direcção oposta à minha…apenas então sou capaz de me mover novamente, correr para o meu cantinho e retirar a máscara de frieza e indiferença que tão fragilmente me protegem.
Naqueles breves segundos, tentei esquadrinhar no teu olhar uma breve lembrança do nosso passado, mas nele apenas encontrei…desprezo, desdém, desinteresse…e antes que eu possa dizer mais do que um bobo "olá", partes, uma vez mais…

23.5.09

a dança


Nesta nossa dança constante, de rodopiar me cansei, perdi o ritmo, troquei os passos.
Não te aproximes mais se é para te afastares logo de seguida. Não dances tão perto de mim, larga a minha mão e deixa-me trocar de par, tentar aprender novamente a dançar agora que uma música diferente começa a tocar.
Quero uma vez mais que esta me guie, fechar os olhos e esquecer o mundo que me rodeia, sorrir para a vida e ser feliz… Quero ir para o centro da pista e ser dela rainha.
Não dances assim tão colado a mim, se logo depois me afastas de ti. Liberta-me da prisão do teu corpo, ao pé de ti não quero estar mais, e dançar deste modo não já consigo…

18.5.09

Amor de bibe

“Dá-me a mão, fecha os olhos, regressa por segundos comigo ao passado. Deixa que pela tua mente desfilem antigas lembranças, momentos partilhados pelos dois, a dois…
Recorda o olhar inocente com que me olhaste, o pedido de namoro envergonhado, feito a medo. A correria de mãos dadas gritando ao mundo que éramos namorados, o beijo no escurinho tão rápido…
Agora diz-me porque se tornou tão difícil hoje em dia? Parecemos dois estranhos, se nos cruzamos, nada dizemos. Trocamos apenas um sorriso cúmplice. Diz-me haverá motivos para ter vergonha?
Não, pois éramos duas crianças que brincavam aos adultos dizendo que namoravam. Dois namorados que quilómetros e quilómetros separavam, duas pessoas que crescendo se perderam uma da outra…Hoje não fazes parte da minha vida, nem eu da tua, em comum apenas temos esses efémeros dias, esse sorriso que ninguém sabe o porquê, o nosso amor de bibe…”

13.5.09

Menina de triste olhar


"Para onde vais menina de tão triste olhar? Não fujas, quero ouvir a tua história… o que te levou a fazer da rua a tua casa, deambulando pedindo esmola?
Vem, senta-te um pouco aqui comigo, recuso-me a deixar-te ir sem compreender, recuso-me a ser indiferente à tua situação.
Por isso diz-me, ajuda-me a entender…porquê esse olhar amargurado? Onde está a tua mãe para te aconchegar à noite, ou as tuas amigas para contigo brincarem?
Mas ela, nada diz...no seu olhar a derrota e a descrença são as únicas respostas que obtenho. Não devia ser assim, apenas o brilho da inocência e do sonho, os seus olhos deviam reflectir.
Ela larga a minha mão e corre, corre voltando a confundir-se na paisagem citadina. Aquele corpo tão franzino não deveria consigo transportar tamanha tristeza, alguém de tão tenra idade deveria ser capaz de acreditar ainda em contos de encantar, e não de se ver confrontada com a dura realidade.
Corri também eu atrás dela sem a encontrar, não a tornei a ver, mas constantemente a revejo mentalmente, constantemente sinto necessidade de conhecer o seu passado e de saber como está para poder sossegar o meu coração e constantemente apenas encontro o sentimento de impotência, face a ela, e a tantas outras crianças e velhos, mendigos a quem a sociedade vira a cara e opta por ignorar…"

10.5.09

Chuva


Chuva, companheira de tantas noites, de tantos dissabores, vem uma vez mais ao meu encontro. Cai novamente de mansinho sobre mim e deixa as minhas lágrimas se confundirem na tua água.
Vem, faz-me companhia em mais uma desilusão, lava a minha cara e leva toda esta dor contigo, liberta-me deste tormento. Ralha-me por mais uma vez ter acreditado, por ter achado que seria diferente.
Chuva, amiga minha, em horas de desespero, vem abafar o meu choro com o teu barulho nas telhas, chama o vento e juntos sejam a personificação do meu estado de espírito. Não deixes de vir, a tua presença, reconforta a minha alma, sentir-te cair em mim dá-me a certeza de ainda existir vida no meu corpo.
Chuva! Novamente preciso de ti, pois só tu és capaz de trazer a esperança e o alento ao meu coração, pois só tu és uma constante na minha vida e só tu me transmites força para não desistir de sonhar. Por isso não demores muito a chegar!

7.5.09

Carta ao meu principe (des)encantado...

Não sei se existes, se podes ser real ou se não passarás de pura ilusão…
Não sei onde estás, ou se tencionas um dia aparecer, muito menos se esse dia está longe ou perto de acontecer…
Não sei como és, com quem te pareces, se és bonito ou feio, grande ou pequeno…
Não sei se andamos desencontrados ou se já esbarramos um num outro e não nos apercebemos, ou se simplesmente fui eu que não quis ver…
Não sei se me procuras, muito menos se por acaso me encontrarás…
Não sei se me idealizas (como um dia já o fiz) ou se nem te preocupas minimamente com isso…
Mas de tantas coisas que não sei, aqui ficam as que sei…
Vem depressa, preciso de ti, mais de que nunca talvez…
Encontra-me e faz-me acreditar que vale a pena confiar no amor, que este pode ser mais de que uma constante desilusão, que este traz mais do que dor e sofrimento…
E se por acaso já me tiveres descoberto e eu ainda não o souber, por andar preocupada com os sapos que vou encontrando ao longo do caminho…obriga-me a ver-te, a deixar de procurar a felicidade em lugares distantes quando ela está tão perto…


"Life is full of friends and lovers, its just a matter of time before you find a two for one deal"
Desconheço a autoria

2.5.09




" De tanto te chamar a minha voz sucumbiu, de tanto te esperar a minha paciência se fartou. Chamei, tu não vieste. Pedi, implorei, fingiste não ouvir…
Agora parto sem olhar para trás, não me arrependo, sei que dei o meu melhor, mais do que tinha, mais do que merecias. Parto porque não posso ficar, seria demasiado doloroso se não o fizesse. Tenho que ir, pois aqui já não pertenço mais, tenho que seguir em frente e de ti me desprender por mais difícil que seja.
Não faças perguntas cujas respostas já conheces, não me peças que eu aja da mesma forma do que no passado, pois não posso, não por não querer, mas sim por já não o conseguir fazer. Por ti, teria ido ate ao fim do mundo, dar-te-ia a mão e iria contigo, tamanha era a minha insanidade…
Olhaste-me e não encontraste o mesmo em mim que eu vi em ti, e isso doeu, mais do que possas imaginar. Doeu, por eu não ter feito a mínima mossa em ti, quando tu foste capaz de provocar tamanho estrago em mim.
Mas tu nunca percebeste isso, nunca inteiramente, não o compreendeste exactamente por eu ter sido mais uma, e por isso continuas a fazer-me pedidos e exigências sem sequer notares o tamanho do sacrifício que tal é para mim.
Por tudo isto, hoje te deixo aprisionado no meu passado e volto à minha vida onde tu não tens permissão para entrar. Não te culpo, não te odeio, seria impossível, mesmo que o quisesse. Apenas te vedo a entrada por acreditar ser mais fácil assim. Acusa-me de ser egoísta e de não ponderar a posição em que te deixo, mas a explicação é muito simples, tu não precisas de mim na tua vida, sou apenas mais uma e essa é uma realidade com a qual está a ser muito difícil de lidar. Sei que provavelmente quando for capaz de te ter de novo na minha vida, tu já não vais querer fazer parte dela, mas é um risco que tenho que correr…"

29.4.09

A despedida


“Quando te vi de relance naquele mesmo sítio de há tantos anos atrás, mal conseguia acreditar nos que os meus olhos pareciam ver. Mas eras tu, quantos anos se haviam passado desde do nosso último encontro?
Será que ainda te lembras? Naquela manha fria da tua partida, pedi-te que não fosses embora, mas insististe que tinhas que ir, que o teu futuro te esperava à distância de um bilhete de avião, mas que em breve voltarias para mim. Não acreditaste quando te disse que se partisses no teu futuro não haveria mais espaço para mim, para nós…
Então beijaste-me…beijaste-me como nunca antes me havias beijado, beijaste-me com o desespero de saber que seria aquele o nosso último beijo, com a urgência em fazer-me mudar de ideias, em me fazer acreditar em finais felizes e contos de fadas novamente.
Contudo quando finalmente nos separamos percebeste que havias falhado e que ainda me encontrava irredutível.
Parti, deixando-te livre, o teu futuro esperava-te e eu amava-te, amava-te e não podia deixar que o comprometesses por minha causa, amava-te ao ponto de desistir de ti em prol da tua felicidade, não queria, nem podia ser a única amarra que te prendia ao passado. Mas tu nuca o soubeste preferiste acreditar que eu partia por ser fraca e egoísta, por ter medo do fracasso de uma relação à distância.
Volto ao presente e tento encontrar-te novamente, preciso de saber se ainda te lembras. Mas não te encontro, perdi-te de novo entre a multidão.
À noite, quando a casa dorme, penso de novo em ti. Pergunto-me se terás seguido a tua vida, se serás casado tal como eu. Pergunto-me se guardarás a nossa história entre as recordações de um grande amor, ou entre as recordações de uma grande desilusão. Pergunto-me se alguma vez te questionaste o que seria feito de mim, se ainda te amaria como eu tantas vezes me interroguei.
Não interessa, eu respondo na mesma, sim ainda te amo. Amo-te porque fui tua como nunca fui de mais nenhum, amo-te porque encontrei em ti o que não vi em mais ninguém, amo-te porque foi contigo que aprendi a amar.
Ainda não acredito em histórias que começam com “era uma vez…” e terminam com “…e viveram felizes para sempre”, mas neste momento o meu coração volta de novo à vida, sai do frio em que mergulhou desde aquele dia, e é então que tenho a certeza que num qualquer quarto do mundo te encontras, a fazer as mesmas perguntas que eu, a afirmares que também me amas.
A nossa história não tem final feliz, pois foi real, foi um acaso do destino, um golpe de sorte. Sabia que não mais te voltaria a ter quando te deixei ali, sozinho embarcando. Mas sinceramente não me importei, pois tu já eras meu como nunca voltarias a ser de alguém. Tínhamos sido o primeiro amor um do outro, e isso, meu querido, jamais se repetirá.
Por isso sim, posso afirmar, sem medo de falhar que te encontres onde te encontrares, ainda me amas e que sempre me amarás.
Porque o primeiro amor, esse, nunca se esquece, por muitos que se vivam depois.”

27.4.09

hoje choro

Hoje choro talvez por um sonho, por uma ilusão, por aquilo que nunca tive e que talvez nunca terei. Choro por ser egoísta e por querer ter para mim o que tu tens, o que o mundo em meu redor tem.
Agora choro por a dor me parecer devorar e eu já não ter forças para a impedir. Choro por me encontrar num sítio tão frio, por me encontrar tão sozinha.
Não, não choro por ti, nem por não me dares o que eu peço. Não choro por querer que fosses tu o abraço que me aquecesse, a pessoa que desta solidão me resgatasse…
Choro apenas por chorar, choro por apenas isto conseguir fazer, choro por não ser forte o suficiente para continuar a lutar, para continuar a esperar ser brindada com o que tanto procuro.
Estou farta de ouvir todas as frases feitas, todas as palavras de conforto, de nada me servem quando, como agora choro...

24.4.09

Entre quem fui e quem serei...


Entre quem fui e quem serei existe quem sou agora, tão difícil de conseguir definir tantas e tantas vezes.
Entre o meu passado e o meu futuro vivo o meu presente, por vezes mergulhada na nostalgia de lembranças idas, por vezes esperando ansiosamente que o futuro chegue mais cedo…
Entre a menina ingénua e insegura, das histórias de encantar e a mulher que um dia serei, existe um alguém, que tenta ser um bocadinho melhor em cada amanhecer, que tenciona ser perfeita sabendo que nunca o será, pois só assim a vida faz sentido. Existe uma pessoa a tentar aprender a ser mais segura de si, a confiar mais nos outros e no seu futuro…
Entre o meu ontem e o meu amanha vivo o hoje, o melhor que sei, o melhor que posso. Não sou perfeita, e erro quando menos posso errar, choro nas alturas menos apropriadas, rio menos do que queria, dou muitas vezes mais do que merecem, exijo sempre mais de mim do que a maioria pode exigir, apenas para ser diferente, apenas por saber que posso ser sempre melhor…
Entre quem fui e quem serei, existe quem hoje sou, sou como sou, não para agradar, não para intimidar, não para enganar, apenas porque só assim sei ser. Não pretendo ser notada, apenas nem sempre esquecida. Não pretendo ter de volta tudo o que de mim dou, apenas espero ver reconhecido o meu esforço em ser a melhor amiga possível, a melhor filha que consigo ser, a aluna mais esforçada…
Entre o ano passado e o novo que se avizinha existe alguém diferente, que se desilude e que desilude os outros também, existe alguém que cresceu e aprendeu com os seus erros…
Não sei muitas vezes quem sou, nem quem serei, não sou pessoa de grandes certezas, mas sim alguém que vive em dúvida constante. Não sei se sou boa ou má pessoa, muitas haverá melhor ou pior que eu, muitas haverá para mo dizerem…
Apenas sei que sou diferente, e que gosto de ser diferente…

22.4.09

Faltas tu...


A música ecoa pela casa, sempre naquele ritmo tão familiar…mas parece faltar algo. Percorro todas as divisões da mesma, toco em móveis, paredes, objectos mas parece continuar a faltar algo…
Todos os sons estão aqui, a mesma mistura de cheiros ainda perfuma o ar, mas a sensação que algo está errado não abandona a minha mente, talvez seja a mesa por arrumar ou o espaço que sobra no meu roupeiro…
Sim, a diferença encontra-se mesmo naquela mesa, foi posta apenas par um e não para dois como habitual…sim, agora sei qual a diferença nesta imagem…faltas tu…
Falta o teu sorriso a acompanhar a música, falta a tua mão estendida convidando-me para dançar, falta o teu perfume entre os cheiros que noto, faltas tu…
Foi tão difícil deixar-te partir, aceitar que não te podia continuar a reter quando apenas querias partir. E partiste-te, fugiste para bem longe de mim e deste lugar, fugiste e continuas a fugir, procurando algo que dizes desconhecer, que sentes que te falta…
E fugindo vais continuando, mais que de mim e deste sitio, foges de ti e tentas encontrar-te em sítios diferentes todos os dias.
Não te quero assim tão longe de mim, preciso de ti, na minha vida e em mim, pois tu marcaste-me, tal como uma queimadura num forno esquecido, surgiste de súbito na minha vida e nela te instalaste de tal modo, que deixei de conseguir distinguir lembranças onde tu não estivesses…
Por isso hoje, quando a noite cai, e som da chuva me embala te chamo baixinho, te peço que deixes de fugir de ti mesmo, que te reconcilies com a pessoa que és ou que foste, que encontres aquilo que tanto procuras e que então voltes para mim...
Pois aqui tudo está igual, nada parece ter mudado, tudo está suspenso esperando o teu regresso…
Por isso volta depressa por favor…


(para a Mariana, não pela história em si, 
mas pela paciência e "inspiração"....
obrigada linda...)

20.4.09

Para aquele grupinho, o meu grupinho,

Para aquele grupinho, o meu grupinho, vocês sabem quem são (pelo menos assim espero) …=p
Nem sempre conseguirei evitar a tua queda, mas sempre tentarei, e se falhar e tu caíres, levanta a cabeça e procura a minha mão, pois ela estará sempre estendida para que te possas levantar…
Nem sempre conseguirei evitar que tropeces, mas sempre te alertarei das pedras e dos buracos do caminho…
Nem sempre conseguirei evitar que as lágrimas molhem a tua cara, mas sempre estarei disposta a seca-las com o mais franco sorriso, com a palavra certa, com o comentário mais parvo…
Nem sempre conseguirei fazer nascer um sorriso na tua cara que apague a tristeza dos teus olhos, mas para sempre tentarei…
Nem sempre conseguirei evitar que a vida te desiluda, mas sempre estarei disposta a ceder um abraço que conforte o teu coração…
Nem sempre conseguirei ser a melhor das amigas, a amiga que sei que mereces, mas sempre tentarei…
Não por achar que tu o mereças ou que seja esse o meu “papel”, a minha “obrigação”, mas sim para de algum modo tentar retribuir o já me deste, o que por mim fizeste…
Não por esperar algo em troca, mas sim por apenas querer ver-te bem e feliz…
Pois tu és…uma das pessoas de quem gosto de forma incondicional e vitalícia…
Pois tu és…quem já me deu mais do que eu esperava, do que eu pedi…
Pois tu és…membro daquele grupinho, o meu grupinho… =)

18.4.09



Queria que visses nos meus olhos o quanto eu de ti preciso…
Queria que conseguisses perceber a falsidade nas minhas palavras…
Queria que me provasses como sou importante, como tenho valor, como sirvo para alguma coisa e não apenas que mo dissesses, pois neste momento não consigo acreditar, em nada nem em ninguém…
Olho ao meu redor e só encontro o vazio, o silêncio e a falta de vida neste lugar, em mim…
Por uma vez na vida, não me queria sentir sozinha, queria ser uma prioridade na vida de alguém…
Sinto-me a lutar contra uma causa inglória, apetece-me baixar os braços e finalmente render-me…
Porque simplesmente está ser difícil demais, dar sempre o meu melhor e não ver resultados…
Não quero mais, não posso mais continuar assim…e é por isso que por ti agora grito, não por capricho mas sim por necessidade, porque se tu não ouvires e não vieres em meu socorro, cairei…
E caída permanecerei, sem esperança e muito menos vontade de me tornar a levantar e aguentar firme até a tempestade
passar…

17.4.09

quando te encontrei...



Quando te encontrei, encontrei-me também…
Quando te encontrei, aprendi como era fácil sorrir, como era simples viver, como dói a ausência de alguém…
Quando te encontrei, descobri o amor, quer o seu lado bom, quer o seu lado mau…
Quando te encontrei, mudei, passei a confiar, a acreditar num mundo melhor, numa vida menos cinzenta, que quase tudo seria possível…
Quando te encontrei, descobri a intensidade de situações, de lugares, sensações ou sentimentos…
Quando te encontrei, soube o que é precisar tanto de alguém, como a saudade parece sufocar, como se pode gritar o nome de uma pessoa em silencio…
Quando te encontrei, tive a certeza que não mais te poderia perder…
Quando te encontrei, tive mais que amizade, mais que afecto, mais que companheirismo, mais do que esperava, mais do que pedia…
Porque quando te encontrei, reconciliei-me comigo mesma, descobri um lado meu que desconhecia, tornei-me mais forte…
Porque quando te encontrei, comecei a viver…

13.4.09

entre a multidão

Entre a multidão se encontra ela, vagueando sem rumo aparente, apenas mais um rosto entre tantos…
Entre a multidão vai passando despercebida, parece ser transparente aos olhos de quem passa…
Entre a multidão ninguém vê, ninguém repara, no seu rosto molhado ou no seu olhar triste, e se alguém por acaso o nota, não liga, tão concentrado que está em usar o escudo da indiferença no seu dia a dia…
Entre a multidão ninguém parece ter tempo para a tentar perceber, para a tentar conhecer, e se alguém com ela se esbarra não tenta sequer ver a pessoa que existe por trás daquelas roupas, daquela figura, a pessoa que se esconde naquele olhar vago…
Entre a multidão, tantos rostos diferentes, tantas personalidades distintas, tantas pessoas apenas concentradas nas suas vidas, nos seus problemas…
Entre a multidão já ninguém tem tempo a perder, para ouvir, para aconselhar, para apoiar alguém sem esperar algo em troca…
Assim ela limita-se a ser apenas mais uma entre a multidão, e quem hoje nela reparou amanha já dela se terá esquecido…

10.4.09

no teu abraço


No teu abraço...
No teu abraço, encontro a minha paz de espírito, o alento que procuro, o carinho que preciso…
No teu abraço, sinto-me segura, reconfortada ou apenas querida por alguém…
No teu abraço não sinto a injustiça do mundo, não sinto necessidade de chorar…
No teu abraço encontro todo um mundo novo, aquele mundo só teu e meu, que apenas a nós pertence…
No teu abraço experimento mil e uma sensações novas…
No teu abraço, não sinto a chuva a castigar-me ou o vento a ralhar-me…
No teu abraço posso enfim ser eu, apenas eu, sem medos, sem receios, sem máscaras.

8.4.09

saudade


Saudade, mais do que de ti, mais do que de mim…
Saudade, daquela altura, daquele sorriso, daquela parvoíce…
Sim, tanta saudade que já não sei que fazer com ela…
Uma saudade que me faz duvidar da veracidade de situações, momentos, sentimentos, verdades, palavras…
Uma saudade que me prende a um passado onde eu já não quero estar…
Uma saudade que me faz ser uma pessoa, que já não quero ser mais…
Saudade e sentimento de perda, é o que sinto agora…
Mas de perda de quê?
Se eu nunca tive o que sinto que perdi?
Saudade, mais do que de ti, mais do que de mim…
Apenas saudade de algo que nunca existiu…

6.4.09

aquele momento...


Não quero estar aqui, não quero viver no passado, nem na duvida do “e se…”;
Não quero escrever textos melancólicos ou tristes…
Apenas quero voltar àquele momento…
Àquele momento onde era feliz e sabia que o era…
Àquele momento onde sorria só por sorrir, onde o mundo era belo todos os dias…
Àquele momento cheio de sonhos, ilusões e esperança…
Não, não quero viver no passado, nem de recordações…
Apenas quero aquele momento uma vez mais, apenas o quero ver espelhado no meu presente e no meu futuro…
Mas a vida não é justa e na maior parte das vezes não temos o que queremos…
Enfim…coisinhas da vida…

O Abraço


Olho para ti…
Agora que aqui estás de olhos postos em mim, esperando que eu diga algo…
Não encontro palavras…
Tinha tanto para te dizer, para te contar mas…
Olho para ti e perco-me nos teus olhos…
Sorris e eu esqueço o mundo que nos rodeia…
A chuva continua a cair, molhando-nos, mas já não importa…
Agora que estou segura no teu abraço nada mais importa…
Esperei tanto por ele que parece irreal tê-lo encontrado…
Nada mais quero, que não seja guardar bem presente em mim esta memória…
Não preciso que me beijes, nem que me sussurres que me amas…
Apenas garante que não me deixarás fugir deste abraço, que não me largarás por nada…
Porque no fundo a menina dos abraços…
Apenas quer que a abracem a ela…

2.4.09

a promessa


Aqui e agora relembro a tua promessa…
Prometes-te que nunca partirias….e nunca partiste…nunca por completo, nunca inteiramente…
Sinto a tua presença em todo o que me rodeia…
Na brisa que me acaricia a cara…
No assobio do vento…
Na sensação de um abraço invisível que me envolve quando a saudade me atinge e me lembro de ti…
Quando penso em desistir, fecho os olhos e consigo ouvir a tua voz a sussurrar-me “ainda não…aguenta mais um pouco…”
Aqui me encontro agora, a falta que me fazes trouxe-me até ti…
Sempre tive receio de sítios como este, o silencio e a falta de vida incomodavam-me…mas tudo mudou desde que aqui estás, pois apenas aqui encontro paz…
Agora sento-me horas a fio ao teu lado, contando-te todas as minhas vitórias e derrotas, crenças e receios…e o silencio que me envolve traz consigo todas as tuas respostas…
Quem aqui me visse diria que sou maluca, por falar para algo que não me pode responder…mas não preciso de ouvir a tua voz para saber qual o caminho a tomar quando me sinto perdida, ou me sentir reconfortada por ti, basta-me apenas escutar o silencio…
Não é justo, eu nada poder ter feito para impedir a tua partida…
Não te poder salvar quando tu me salvaste a mim…
Quando to disse riste-te de mim, disseste-me que isso nada importava, que te tinha dado a maior das dádivas, que fora não te deixar morrer sem nunca teres amado de verdade…
Agradeceste-me por isso lembras-te?
Perdida em recordações regresso a casa…
Continuo a não achar justo, sim para ti é fácil, amaste e foste amado…mas partiste…
E eu fiquei aqui, a sentir que me tiravam a única razão para continuar…
Sentindo-me obrigada a contentar-me com a tua presença sem não te poder tocar!
Mais uma vez…ainda não acho justo…

31.3.09

Não vás ainda...

“ Não vás ainda, fica mais um pouco…
Não fales, não digas nada, não te justifiques…
Sim, eu sei que tens que ir, sim eu sei porque tens que ir…
Mas não vás ainda…
Deixa-me prolongar este momento, abraça-me, beija-me…
Pois assim será mais fácil invocar esta recordação…
Pois assim talvez não sinta tanto a tua falta, agora que partes…
Não vás ainda…
Recorda-me de novo porque não podes ficar, será que não podes mesmo?
Sim, sei que não…é apenas a minha vontade de não teres que partir a falar…
Vai, agora vai, antes que doa demasiado, antes que não consiga aguentar conter as lágrimas e o meu sorriso se desfaça…
Agora que foste conto os dias que faltam para te ver novamente, para te ter de novo nos meus braços…
Sendo apenas por saber que voltarás que te deixo partir…”

28.3.09

espero por ti


Espero por ti todos os dias, hora após hora…
Mas nunca chegas…
Chamo por ti diariamente, seja numa palavra, num gesto, num olhar, num sorriso ou numa lágrima…
Mas tu não vês e nunca chegas…
Penso em ti e tento trazer-te de volta, tento ver-te ali, bem juntinho a mim…
Mas a tua imagem desvanece-se no ar e nunca ficas mais que meros segundos…
Procuro distinguir-te entre a multidão que me rodeia…
Mas nunca te encontro…
Fecho os olhos e tento assim ouvir a tua voz, para que a possa seguir e assim chegar a ti…
Mas falho sempre, e a ti não chego…
Sonho contigo todas as noites, para assim não esmorecer a memória que tenho da tua imagem, para tentar ver pormenores que me possam ter escapado, para te reconhecer quando cruzares o meu caminho…
Mas nunca és mais que isso, um simples sonho de uma sonhadora idiota…
Será que algum dia chegarás?

26.3.09

Queria Ser...


Queria ser o sol que aquece as tuas manhas…
Queria ser a chuva que molha a tua janela…
Queria ser a brisa inesperada que te arrepia…
Queria ser a música que ouves…
Queria ser o barulho que desperta a tua atenção…
Queria ser o motivo do teu sorriso…
Queria ser a palavra que escapa da tua boca…
Queria ser o ar que te envolve…
Queria ser a tua motivação para continuar…
Queria ser presença constante na tua vida…
Queria ser…
Queria ser tudo e nada…
Queria ser tudo para ti, mar, terra, ar e fogo…
Queria ser nada, nada do que sou…
Apenas queria ser por ti notada…
Apenas queria fazer parte de tudo o que fazes, de tudo o que és…
Queria ser…

24.3.09

olha dentro dos meus olhos

Olha dentro dos meus olhos…
Ainda encontrarás pequenos fragmentos da pessoa que um dia fui?
Ainda saberás que sou eu?
Terei mudado para melhor ou pior?
Terá valido a pena a mudança?
Não sei, não quero saber …
Só quero que gostes de mim pelo que sou…não pelo que fui…não pelo que queres que eu seja…
Olha bem, pensa ainda melhor na resposta que darás…
Mede bem as tuas palavras e prova-mas de forma incontestável…
Não te afastes…nunca, mesmo que eu o mereça, mesmo que eu o queira fazer, nunca deixes…
Faz a minha vida valer a pena, no meio de tanta falsidade, egoísmo e hipocrisia…
Porque eu olharei dentro dos teus olhos…
Na esperança, não de encontrar quem tu foste, muito menos de quem eu queria que tu fosses…
Na esperança de encontrar a sinceridade, a lealdade e a amizade…
Na esperança de saber que tu continuas a ser tu, apesar de tudo…
Na esperança de conseguir provar o quanto o mundo estava errado ao julgar-te…
Na esperança de valer a pena gostar de ti pelo que és…

23.3.09

não quero...


O sol perdeu o calor, a lua o seu brilho, a comida sabor e eu a mim mesma…
Tu perdeste importância, limitas-te a confundir-te entre as névoas da minha vida…
Hoje não és mais que UM entre a multidão, mesmo quando eu queria que tivesses sido O entre a mesma… mas agora pouco importa, se te encontro ou se te fujo, se te odeio ou se te amo, agora nada mais tenho a dizer, nada mais tenho a fazer, nada mais tenho a esperar…
Apenas perdida entre a multidão dou continuação à minha caminhada, não te procuro, nem te quero encontrar, apenas me limito a continuar…
Não sei quem sou, quem fui, muito menos quem serei, apenas não quero ser como sou… Porque hoje, em mim, tudo me lembra de ti…
Não quero escrever mais um texto, mais um texto sobre ti, para ti… não quero usar mais palavras de tristeza, amargura, ou frustração…
Não quero pensar no que podia ter sido e não foi, nem nos motivos porque não o foi…
Não quero pensar, não quero sentir, já não quero nada, apenas queria esquecer, esquecer-me de ti, esquecer-me de mim…
Na escuridão me encontro agora, envolta em frio me sinto, como idiota me defino, por querer de mais, por precisar de mais, de ti, do mundo, de tudo e de nada…
Talvez, por precisar e querer em demasia, me tenha entregado por completo, sem medir riscos e consequências, e nos destroços em que me deixaste apenas resta o vazio…
Um vazio de tal forma atroz, que nem tu poderias agora preencher, não quero que te sintas importante para mim, mesmo que o tenhas sido, mesmo que ainda o sejas, muito menos que de mim tenhas pena, porque se nesta história existe um culpado, a mim cabe cumprir a sentença, pois a culpa apenas minha foi…
Não quero que me ames ou que me odeies, pois hoje em mim já nada existe que mereça o que quer que seja, não quero ser a amiga muito menos a amante, só quero que me devolvas o sorriso que me roubaste, por mais triste que fosse, apenas quero de volta a inocência de nunca ter amado…
E entre uma mentira e outra a mim me engano, a ti omito, ao mundo escondo, tudo o que sinto, quando apenas mo apetece gritar…

22.3.09

a lágrima


Devagarinho ela vai rolando pela face, lágrima triste e solitária, mas sobretudo teimosa por sempre cair no momento mais inoportuno…
Nela vai concentrada a dor de todo um mundo, secreto e pessoal, manifestação única de sentimentos calados, receios latentes, esperança perdida…
Assim vai ela rolando, uma e outra vez, esperando ser notada por alguém, aguardando que alguém a venha libertar dessa tarefa inglória, tentando que alguém descodifique os seus incontáveis significados…
Mas ninguém chega, ninguém parece reparar nela sequer, talvez seja por ela ser tão silenciosa, talvez seja por ela ser tão solitária...
Talvez se ela fosse diferente a sua sina fosse outra, mas se assim fosse perderia toda a sua essência, todo o que a distingue das restantes lágrimas…
Por isso apenas se limita a continuar a rolar, a cair como sempre, para sempre…

21.3.09

tu foste...

Tu foste....
Tu foste tudo e mais alguma coisa para mim...
Tu foste a minha razão de sorrir todos os dias, mas também a minha razão de querer chorar ultimamente....
Tu foste o meu porto de abrigo tantas e tantas vezes mas também a minha tempestade pessoal ....
Tu foste a minha mais linda ilusão, mas também a minha mais dolorosa desilusão...
Tu foste a luz ao fundo túnel, a minha estrela guia...
Tu foste sonho maravilhoso, mas também dura realidade....
Tu foste a minha lição de vida, muito daquilo que me fez crescer e mudar....
Tu foste a minha consciência, mas também a minha irracionalidade....
Tu foste a minha agradável surpresa, a minha maior confusão....
Tu foste a pessoa de quem eu mais gostei, por quem mais lutei, mas também quem mais me fez sofrer....
Tu foste luz e escuridão, sol e chuva, barulho e silencio....
Tu foste a minha causa perdida, a minha utopia, a minha quimera.....
Tu foste o amigo de todas a horas, mas também por vezes a indiferença personificada...
Tu foste....mas será que ainda és??? Será que sempre vais ser?

18.3.09

a bailarina



“ Era aquele, o momento pelo qual esperava todo o dia…
Todos os dias, ao fim da tarde, a menina abria a caixinha junto à janela, e todos os fins de tarde, a bailarina, da sua caixinha de música via o mundo através daquela janela…
Dançava e rodopiava até a menina se fartar e ir brincar, mas enquanto efectuava aqueles movimentos tão mecânicos, ia olhando para a janela…
Todos os dias o mesmo ritual, todos os dias ela o procurava, todos os dias o esperava e todos os dias ele passava acompanhado pela sua mãe…
A bailarina sabia que se apaixonara assim que o vira, sabia igualmente que não poderia esperar mais nada dele, mas era feliz por todos os dias o poder ver…
Naquele dia a menina decidira mudar a sua rotina, chegada da escola, pegou na pequena caixa e decidiu abri-la no jardim…
A bailarina estava encantada, iria poder vê-lo de perto! Então algo inesperado aconteceu…o menino não se limitara a passar com a mãe, atravessara o portão e viera brincar com a menina…
Os meninos conversavam, apercebeu-se entretanto…conversavam sobre a caixinha de musica…
O menino concordava com a menina, nas muitas qualidades da bailarina, mas afirmava preferir a sua bola...
Decidiram ir brincar (coisas de criança..não conseguem fazer o mesmo durante muito tempo...), deixando a bailarina a dançar incessantemente junto da bola…
Mais uma vez ela dançava e rodopiava, mas chorando em silêncio, chorando pelo seu amor impossível, chorando por possuir todas as qualidades enumeradas, chorando porque não as queria mais, chorando porque apenas queria poder ser aquela bola ao seu lado, chorando por apenas querer ser amada por ele…
Todos os dias aguardava aquele momento, o momento de o ver novamente, porque mesmo que isso despedaçasse o seu minúsculo coração, era o motivo que fazia valer a pena o resto do dia…
Agora só necessitava de aprender a viver com os dias em que o menino não vinha, não atravessava o jardim para brincar com a menina…Mas ela continuava a dançar e rodopiar, sempre, sem nunca parar…”

17.3.09

momentos


Há momentos assim…
Momentos onde nada parece ter graça, momentos em que ficamos absortos do que nos rodeia, onde sorrimos só para descansar quem nos observa, momentos onde a tristeza nos invade sem motivo aparente…
Momentos onde nos sentimos impotentes por querer lutar contra essa apatia e nada parecer resultar, por querer perceber o motivo da mesma para a podermos combater, e a resposta parece querer esconder-se…
Momentos onde parece tão difícil continuar em frente, acreditar nas palavras dos outros ou em nós mesmos…
Momentos onde a única pergunta que nos surge, que se instala e perturba constantemente é… “a onde é que falhei?”…mas a resposta tarda a chegar e se chega talvez nem sempre acreditemos nela…
Momentos onde a escuridão nos engole e as lágrimas correm livremente pela nossa cara sem parecerem querer parar algum dia…
Mas depois há outro tipo de momentos…
Momentos em que a ajuda chega de lugares inesperados, nas alturas mais imprevistas, sob inúmeras formas…pode ser de uma pessoa amiga, pode ser de alguém que acabas de conhecer, pode ser por mero acaso, pode ser numa palavra, num gesto, num sorriso…
Momentos onde te sentes reconfortada, onde te sentes apoiada e grata por poderes ter aquelas pessoas na tua vida, grata por elas verem o melhor que existe em ti mesmo quando nem tu mesma o consegues ver…
Momentos onde encontras finalmente um pouco de paz, onde encontras um lugar que te proporciona o sossego que tanto precisas, onde podes fechar os olhos e sentir o vento na cara e sorrir por finalmente teres conseguido vencer essa apatia…
Momentos únicos, insubstituíveis, que perduram na memória., momentos que parecem querer ganhar vontade própria para assim poderem acontecer novamente…
Momentos que não queremos que acabem por serem tão bons…
Momentos…bons e maus...porque a vida é assim...feita de momentos…

15.3.09

há pessoas e pessoas...

Há pessoas e pessoas…
Pessoas que surgem na nossa vida, se instalam nela, a entrelaçam de tal modo com a sua que já não imaginamos a nossa vida sem elas, que a modificam por completo, seja porque nos obrigam a mudar, seja porque vivem tanta coisa connosco, bons e maus momentos, que passas a contar com elas sempre lá…
Pessoas que quando o seu caminho se cruza com o nosso, tornam tão difícil continuar quando estes se separam novamente…mesmo que o caminho delas passe a ser paralelo ao nosso e haja a possibilidade de fazermos um “desvio” sempre que a saudade aperte, por simplesmente já não ser a mesma coisa…
Pessoas que te marcam, por serem únicas, por te fazerem sorrir, por seres uma pessoa melhor desde que as conheces…
Pessoas que adoras, que defendes com “unhas e dentes”…
Mas depois há outro tipo de pessoas…
Pessoas que te desiludem, que te fazem sofrerem, que mentem, que só trazem confusão, tristeza e decepção para a tua vida, que ao contrário das anteriores não mostram qualquer tipo de arrependimento por isso…
Pessoas de quem acabas por ter pena, por simplesmente não se aperceberem que são elas as maiores prejudicadas…
Pessoas a quem acabas por te demonstrar superiores a elas, e deixas de lhes dar a importância que elas gostariam…
Pessoas que te ensinam a valorizar as pessoas acima referidas, que te ensinam o quão especiais estas são e a sorte que tens em as ter na tua vida…=)
Existem pessoas e pessoas….mas precisas de todas elas para evoluíres, crescer e aprender…=)

13.3.09

Para ti...


Sozinha vagueia ela pela estrada…
Estrada tão tortuosa, cheia de curvas e contra curvas, de pedras e pedregulhos, de sorrisos e lágrimas, nem sempre de alegria…mas ela continua a sua jornada, afasta as pedras do seu caminho e salta sobre os pedregulhos, vai tentando esconder as lágrimas que nascem nos seus olhos nesta parte do trajecto, e quando não o consegue, rapidamente limpa as que teimam em escorrer pela sua face e coloca um sorriso por mais triste que este seja, só para parecer estar bem, só para que ninguém se preocupe…
Aparentemente sozinha continua ela a sua demanda, tentando encontrar-se, tentando voltar a ser a mesma depois de tudo o que passou…mas ela não sabe ou se calhar não quer perceber que já não é a mesma, que nunca será a mesma, mas que a sua essência continua lá…bem no fundo da sua alma, com medo de se mostrar e de se ferir novamente …
Aparentemente caminha sozinha pela estrada da vida…mas o que ela não sabe ou então não quer acreditar…é que na sua jornada, lado a lado com ela caminham todos aqueles que a adoram, que se preocupam, e que a querem ver bem, que a puxam para continuar em frente, sempre em frente, a obriga-la a levantar a cabeça e a não desanimar, que lhe sussurram que ela continua a ser ela no que sempre teve de melhor, independentemente de todas as sua mudanças…
Assim continua ela…em frente de mãos dadas com todas estas pessoas e com a crença em dias melhores…=)

12.3.09

Na minha almofada...


São poucas as coisas que têm tanta importância para mim como a minha almofada....porque simplesmente ninguém, ou muita pouca gente me conhece tão bem como ela....
Na minha almofada eu penso na vida, recordo momentos passados bons e maus, traço planos para o futuro, tomo decisões mais ou menos importantes....
Na minha almofada abafo sorrisos de alegria, gargalhadas de felicidade, escondo lágrimas de desapontamento, soluços de tristeza....
Na minha almofada encontro o refugio necessário ao meu medo de filmes de terror....
Na minha almofada calo o grito de desespero que teima em querer fugir da minha garganta ou as palavras que que não tenho coragem de dizer.....
Na minha almofada sonho em atingir o impossível, sonho com dias melhores, refugiou-me da minha realidade....
Na minha almofada sonho acordada, durmo por vezes tranquila, por vezes agitada....
Na minha almofada encontro o saco de pancada necessário para soltar toda a minha frustração....
Na minha almofada encontro o objecto ideal para a tirar à  minha irmã, seja só quando estou apenas a brincar com ela, ou quando ela me irrita a tal ponto que só me apetece bater-lhe....
Na minha almofada encontro o abraço invisível que tantas vezes preciso....
Na minha almofada encontro o alento e a força para continuar.....

era uma vez...

" Era uma vez uma menina que acreditava em contos de fadas e em príncipes encantados...talvez por ver demasiados filmes ou por ler demasiados romances....
Era uma vez uma menina que acreditava que ia encontrar o seu príncipe mais tarde ou mais cedo e que então tudo seria perfeito...todos os maus momentos seriam recompensados, tudo teria valido a pena....mesmo todos os sapos beijados que não passavam disso mesmo...simples sapos...
Era uma vez uma menina que sonhava com um príncipe de olhos verdes e cabelos pretos...mas que no fim só queria mesmo um príncipe que a tomasse em seus braços e a fizesse sentir segura e protegida, que lhe sussurrasse ao ouvido que tudo correria bem a partir dali...porque apesar de o mundo estar cheio de bruxas e vilões....tudo seria mais fácil porque estariam juntos....
Era uma vez uma menina que de tanto esperar pelo seu final feliz, se foi conformando que este, talvez nunca chegasse.....e então a menina cresceu e passou a ver o mundo como ele realmente é...um lugar sem príncipes reais, só sapos disfarçados, muitas vezes sem finais felizes....um lugar onde na maior parte das vezes só há bruxas e lobos maus, onde na maioria das vezes são os maus a serem recompensados...um lugar onde não se pode utilizar a expressão «e viveram felizes para sempre...» pelo simples facto do para sempre não existir de nada ser eterno, por mais perfeito que possa parecer...e então a menina continuou a crescer é transformou-se numa romântica conformada com a sua sina....com a leve réstia de esperança de encontrar um príncipe imperfeito mas que a fizesse um bocadinho feliz....fim! "

"a amiga de infancia"


Olho para elas, tão divertidas a brincar, a experimentarem um tipo de amizade que nunca voltará a ser tão sincera…e de novo volto a ser criança….
Fecho os olhos e visualizo a minha amiga de infância a brincar naquele mesmo sítio comigo, as lembranças rodopiam na minha cabeça, o som dos nossos risos volta a ecoar nos meus ouvidos…recordo segredos, partidas, correrias e brincadeiras…e o sorriso nasce, a boa disposição instala-se… é tão bom recordar…principalmente essa amizade…
Ao longo da minha infância fui tendo algumas amigas, assim sendo, serão também amigas de infância…mas não são dessas que naquele momento recordo, ali e naquela altura lembro A minha amiga de infância…aquela com que nunca me chateei mais do que meros segundos, aquela com quem passava os meus serões, aquela com quem inventei um alfabeto secreto, aquela que nunca me desiludiu, nunca me traiu ou trocou…
Nas encruzilhadas da vida fomos nos afastando, nunca definitivamente, nunca fisicamente, mas os segredos passaram a ser partilhados com novas amizades, as partidas e brincadeiras com novas pessoas, talvez a culpa tenha sido minha, talvez não seja culpa de ninguém…
Contudo ela será sempre A MINHA AMIGA, aquela que nunca ninguém igualará, aquela que eu sempre adorarei, aquela que apenas me traz boas memórias….aconteça o que acontecer, conheça quem conhecer, viva o que viver…
P.S. Se um dia leres este texto espero que saibas que é de ti de quem eu falo, espero sinceramente que ele te dê um gosto semelhante ao que me deu a mim escreve-lo…=)

O beijo


“ Ali se encontrava ela, a hesitar uma vez mais, a tentar decidir-se…porque aquele era o ponto sem retorno…depois só sobrariam as consequências em vez do habitual «e se…» …
No inicio daquela noite nunca imaginaria que esta acabaria da maneira que estava prestes a acabar…tinha de se decidir, decidir se continuava a ir por um caminho perigoso, ou se recuava para território seguro…se o mesmo tivesse acontecido numa noite atrás não teria duvidas na escolha…mas naquela noite…todo se tornara mais complicado…
Refugiou-se no ombro dele, não queria ter de decidir…decidir se fugiria daquele abraço que a fazia sentir tão segura, ou se aceitaria aquele beijo e todas as incertezas que ele trouxesse…
Encarou-o, aquela proximidade deixava a ainda mais perturbada, aquele olhar, não a deixava pensar com total clareza…sabia que o que estava prestes a fazer era perigoso, principalmente por o querer fazer pelos motivos errados, mas preferiu arrepender-se de algo que fizera e não do que deixara por fazer….
Assim cedeu, e permitiu que ele a beijasse, deixou-se envolver um turbilhão de sentimentos e sensações, naquele momento não conseguia racionalizar, mas já sabia de ante mão que na manha seguinte se arrependeria de toda aquela noite…”

Gosto...não gosto...

Gosto de sentir a chuva a molhar-me a cara, não gosto de vento ou de temporais…
Gosto de mousse de chocolate, de Malibu e de cerejas, não gosto de puré, carne picada ou polvo…
Gosto do silêncio e do escuro, não gosto do barulho nem de grandes multidões…
Gosto de ser universitária e do meu traje, não gosto de trabalhar em grupo nem de falhar as metas a que me proponho…
Gosto da minha mãe, dos meus amigos e da minha família, não gosto de falsidade, hipocrisia ou cinismo…
Gosto de caixas, series e mais series e bons filmes…não gosto de filmes de terror nem de cenas de luta com sangue e porrada…
Gosto de me rir ate a barriga doer, de dizer disparates e de ter conversas “filosóficas”, não gosto de lágrimas de desilusão, de discussões inúteis nem de ser contrariada quando sei que tenho razão…
Gosto de ler, desenhar e escrever, não gosto de esperar, de me sentir pressionada, nem de tomar decisões…
Gosto de guardar recordações e de coleccionar lembranças, não gosto de andar às compras nem de me sentir inútil…
Gosto de histórias de príncipes e princesas, romances e sonhos bons…não gosto de viver no mundo real (sempre tão cinzento), de tragédias ou pesadelos…
Gosto do branco, de dormir e de músicas que me digam algo, não gosto de roupa com riscas ou bolas, do amarelo, de ter que acordar cedo ou de fazer de “vela”…
Gosto de miminho, do sorriso das crianças e de demonstrar o meu afecto, não gosto de ser ignorada, de ver alguém sofrer sem poder ajudar nem de ter que dar prendas…
Gosto de dar pequenos “miminhos” que façam nascer 1 sorriso nas pessoas de quem gosto, não gosto de ser julgada sem me poder defender…
Gosto provavelmente de ti que lês este texto, se te conhecer, mas provavelmente não gosto se já em ti tiver confiado e me tiveres traído…