14.9.09

Hoje (novamente) choro...

Hoje novamente choro, não por ti…mas sim, pela pessoa que era quando eras presença constante na minha vida.
Hoje apenas o teu reconfortante abraço poderia impedir que as lágrimas de novo molhassem a minha face. Mas por mais que procure tu não estás em parte alguma, apenas o teu fantasma vem ao meu encontro.
Tento dete-lo, obriga-lo a não fugir de mim, a não desaparecer da minha vida, mas ele não me liga e desvanece-se no ar rindo de mim.
Serei mesmo esse monstro de quem foges? Não terei eu qualidades que atenuem todas essas coisas que não suportas em mim?
Hoje novamente choro, não por ti, não por quem fui, por quem era, por quem sou. Choro sim por sentir que perdi o que jamais julguei poder perder.
Choro pelas tentativas falhadas de o conservar junto a mim, por parecer que apenas tento abraçar o vento.
Hoje novamente choro, por tudo que dei, que parece nunca ter sido suficiente. Pelas atitudes mal compreendidas, pelas tentativas em fazer sempre o melhor para todas as partes envolvidas.
Choro por ter gostado demasiado, por ter querido demais, pelo passado e pelo presente.
Hoje novamente choro, pela opinião que tens de mim, pela suposta sinceridade recíproca, mas principalmente pela ausência, pelo sentimento de fracasso, pelo vazio…

6.9.09


As palavras tornaram-se ocas, vazias, incapazes pela primeira vez de serem o reflexo do meu estado de espírito.
Tenho tanto a transmitir, a dizer…mas se o escrevo nada faz sentido, nenhuma linha tem qualidade.
Tento e volto a tentar mas no entanto nem uma palavra exterioriza algo do que penso, do que sinto.
O dom (se alguma vez o ouve), parece ter-se evaporado. Apetece-me gritar de irritação, de frustração!
Quero escrever, preciso de escrever, mas sou incapaz do fazer…
Preciso de ver as letras desfilarem pelos meus dedos para que as ideias e pensamentos façam sentido na minha cabeça.
Para perceber porque é que tudo parece se ter tornado tão difícil de lidar, de resolver ultimamente.
Para entender o motivo de tudo ser tão frágil, de tudo se desintegrar ao mínimo toque. O porquê dos prazos de validade nas relações, em amizades.
Sinto-me um elefante numa loja de peças de vidro, onde ao mínimo movimento algo se quebra!