17.9.11

Insónia

O relógio há muito que passa das quatro, contudo o sono não chega. Lágrimas inundam-me os olhos, toldando-me a visão…
O meu pequeno mundo, aquele que não é perfeito, mas mesmo assim único, construído daquelas pequenas coisas que outrora bastavam para me fazer feliz, parece ruir ao meu redor.
As costas vergam, a cabeça baixa, os joelhos dobram e torna-se tão difícil seguir em frente.
Hoje, talvez como nunca sinto a falta do meu porto seguro, o amontoado de palavras e frases que me iluminava a alma e aquecia o coração e que nunca tive realmente. Antes bastava apenas isso, palavras bonitas ditas em momento oportuno, inventadas por mim em silêncios teus.
 Se hoje te escrevo e não deixo qualquer dúvida que são a ti que se dirigem estas palavras, é porque quero que, se um dia por acaso estas te percorrerem os lábios, saibas que não fui eu que edifiquei esta muralha de silêncio que hoje nos separa, não seria capaz, pois esta é feita de todas as conversas que nunca tivemos, de todas as explicações que nunca dissemos, de todas as demonstrações de amizade e carinho que nunca tiveste, de todas as promessas vãs…
 Apenas desisti de a tentar derrubar, por que no fim de contas preciso mais que essa miragem de porto seguro que um dia me ofereceste, mesmo que esse se revele a única alternativa.

( E por favor, não me recrimines por não to ter dito pessoalmente, sabendo tão bem como eu que isso apenas nos lançaria de novo para aquele ciclo vicioso que nunca nos leva a lugar nenhum.)



"ABRIGO

Quero meu casulo quente e confortável
me esconder desta imensa multidão
passar despercebida com minh'alma instável
sem toque, sem beijos ou apertos de mão

Quero ponderar o que pode ser viável
conhecer os limites da inexatidão
discernir o falso do amigável
rechaçar qualquer amostra de compaixão

Quero aflorar um lado audaz e amável
perdoar, esquecer, assimilar emoção
fazer jus a denominação, adorável

Quero agora, apenas o vazio desta solidão
calar em mim mesma de forma inviolável
até que o silencio suscite respostas, a razão"
Siomara Reis Teixeira

10.9.11

Desculpas...



...e/ou apesar de tudo hoje tenho a certeza que que o fiz demasiadas vezes sem o mínimo retorno...


Ao som de: It´s hard to say I'm sorry (Westlife version)