2.5.09




" De tanto te chamar a minha voz sucumbiu, de tanto te esperar a minha paciência se fartou. Chamei, tu não vieste. Pedi, implorei, fingiste não ouvir…
Agora parto sem olhar para trás, não me arrependo, sei que dei o meu melhor, mais do que tinha, mais do que merecias. Parto porque não posso ficar, seria demasiado doloroso se não o fizesse. Tenho que ir, pois aqui já não pertenço mais, tenho que seguir em frente e de ti me desprender por mais difícil que seja.
Não faças perguntas cujas respostas já conheces, não me peças que eu aja da mesma forma do que no passado, pois não posso, não por não querer, mas sim por já não o conseguir fazer. Por ti, teria ido ate ao fim do mundo, dar-te-ia a mão e iria contigo, tamanha era a minha insanidade…
Olhaste-me e não encontraste o mesmo em mim que eu vi em ti, e isso doeu, mais do que possas imaginar. Doeu, por eu não ter feito a mínima mossa em ti, quando tu foste capaz de provocar tamanho estrago em mim.
Mas tu nunca percebeste isso, nunca inteiramente, não o compreendeste exactamente por eu ter sido mais uma, e por isso continuas a fazer-me pedidos e exigências sem sequer notares o tamanho do sacrifício que tal é para mim.
Por tudo isto, hoje te deixo aprisionado no meu passado e volto à minha vida onde tu não tens permissão para entrar. Não te culpo, não te odeio, seria impossível, mesmo que o quisesse. Apenas te vedo a entrada por acreditar ser mais fácil assim. Acusa-me de ser egoísta e de não ponderar a posição em que te deixo, mas a explicação é muito simples, tu não precisas de mim na tua vida, sou apenas mais uma e essa é uma realidade com a qual está a ser muito difícil de lidar. Sei que provavelmente quando for capaz de te ter de novo na minha vida, tu já não vais querer fazer parte dela, mas é um risco que tenho que correr…"

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