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Crescer fazendo parte de uma família de emigrantes é aprender desde tenra idade a viver com esta realidade, é aprender a valorizar e a fazer valer a pena todos os momentos e memórias partilhados em conjunto quando a oportunidade surge, é tentar fazer do "longe" o mais "perto possível" ou ver os aspectos bons da situação...
Mas ser de uma família de emigrantes é extremamente difícil nos dias mais importantes de cada membro da família, é por exemplo: "apenas" poder ligar e mandar um presente quando a irmã faz anos, quando o que mais se queria era abraça-la ou poder cozinhar o seu prato preferido apenas por ser o "seu dia", é "apenas" poder fazer uma vídeo chamada durante o jantar de Natal que por muito bom que seja não chega nem de perto à presença física da pessoa ali, naquela mesa comigo....é atribuir proporções exageradas a doenças ou humores pois a voz ou o olhar parecem diferentes...
Pertencer a uma família de emigrantes não é fácil...pelo menos, não para mim em certas e determinadas alturas...
"Em Portugal a emigração não é, como em toda a parte,
a transbordação de uma população que sobra;
mas a fuga de uma população que sofre."
Eça de Queirós
*Imagem daqui