18.1.14

Porto seguro (2)

Uma vez escrevi-te um texto intitulado "porto seguro"...na  altura, cada um tinha ido para a sua universidade e eu sentia-te cada vez mais distante. Ainda hoje, das dezenas de textos que para ti escrevi esse é o meu preferido, talvez seja pela necessidade urgente que descobri em te dizer o que para mim eras antes que fosse demasiado tarde, não sei..não me recordo bem do que disseste sobre o mesmo, acho que na altura afirmaste ser reciproco e que independentemente do que a vida nos reservasse iria sempre ser verdade...
Não comecei 2014 da melhor maneira, a tua ausência fez-se sentir mais que nunca e como nunca senti a falta do meu porto seguro, dei por mim a concluir que estava tão errada quando acreditava que bastaria fechar os olhos e pensar em ti, lembrar-me de todas as memórias em conjunto, "fugir" novamente para ti e que novamente te poderia ouvir "ralhando-me" ou aconselhando-me consoante fosse o caso, para continuar em frente.
A verdade é que descobri que ao escolher fixar numa pessoa  e no nosso "não sei quê" o meu porto de abrigo me esqueci que este não poderia ser como eu tanto desejava, intemporal e constante...e que as memórias e recordações por muito boas que sejam serão sempre um reflexo muito difuso de ti, de nós...
Então chorei, mais até do que talvez há cinco meses, chorei porque finalmente entendi o significado das palavras "conforme o tempo for passando é que realmente a sua falta será sentida"...
Talvez um dia seja novamente capaz de encontrar um outro porto seguro, contudo duvido que seja capaz de abandonar por completo este que um dia em conjunto construímos por muito vazio e escuro que se encontre, por muito que este hoje apenas seja uma ruína do que um dia foi...
Assim, agora apenas me resta mergulhar nas lembranças e nos livros que a tua teimosia me ensinou a gostar quando a vida me ralhar e eu mais precisar do teu colo...pois quero muito acreditar que apesar de já não estares aqui fisicamente presente, continuas a viver em cada pedacinho que deixaste em todas e cada uma das pessoas com quem te foste cruzando…e como tal, enquanto eu preservar todos esses pedacinhos teus que em mim existem, posso continuar a acreditar que dizias a verdade quando afirmaste que sempre seríamos o porto seguro um do outro...
Fazes tanta falta, hoje e sempre!

"Amigos. Ultimamente eles têm sido meu porto seguro, meu refúgio. 
São eles com que posso confiar e sempre contar...
 e se um dia meu mundo desabar, eles serão as pilastras que manterão tudo de pé."
Marcela Menezes


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