17.2.14

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Hoje torna-se inevitável que não te escreva....parece-me irreal terem passado seis meses desde daquele dia, fecho os olhos e quase que sou transportada para aquele momento em que me ligaram, sei exactamente o que vestia e o que fazia, sei exactamente que horas eram…o tempo passa mas este vazio não atenua, o sentimento de injustiça aumenta e o “porquê” não me saí da cabeça…
De todos os futuros que dei por mim mil uma vezes a imaginar este definitivamente nunca foi um deles e como tal não sei de todo lidar com ele, não sei o que fazer, não sei o que pensar e sobretudo não sei o que sentir para além desta sensação de vazio e de dor constante…
Eu tento, juro por tudo que diariamente tento encontrar um motivo, uma justificação para teres saído das nossas vidas tão cedo, tão repentinamente, mas diariamente falho…falho e apenas um sentimento enorme de injustiça me preenche!
Dói, dói muito não só ter que aprender a lidar com a tua ausência, com este vazio no peito, na minha vida, nos meus dias...ter que aceitar que nada do que eu faça vai mudar o que aconteceu e que, por muito que eu ainda dê por mim a querer acreditar que não é verdade (que pura e simplesmente não pode ser), não posso negar a realidade!
 És presença constante no meu pensamento, praticamente todos os cantos e recantos desta cidade me lembram de ti e por momentos volto a ver-nos ali a lanchares comigo ou ouço trechos de conversas que tivemos...!  Por vezes ainda te procuro noutros rostos ou em cada carro que seja minimamente parecido ao teu (mesmo que eu o conheça quase tão bem como o meu).
Sinto-me sozinha sabes? Sinto falta dos nossos cafés, sinto falta das nossas conversas, dos nossos despiques, das nossas gargalhadas e até das nossas turras....sinto sobretudo falta de te saber ali, presente mesmo que centenas de quilómetros nos separassem , à simples distância de um telefonema, de uma mensagem ou de um computador ligado à Internet...
Queria poder voltar no tempo e ter mais cinco minutos contigo, poder dizer-te mais uma vez o quanto te adoro e o quão importante me és, dar-te um abraço daqueles mesmo apertados, poder olhar-te uma ultima vez e guardar o teu sorriso comigo!
 Quero, juro que quero fazer tudo o que estiver ao meu alcance para me tornar naquela pessoa da qual tu terias muito orgulho de seres amigo…mas a vontade falha-me e quase tudo o que me rodeia me parece tão insignificante!
Hoje não faço muito sentido eu sei (ainda menos do que o normal quando te costumo escrever), mas é que são tantas as coisas das quais te quero falar, das quais contigo gostava de debater que por vezes estas simplesmente se amontoam no cantinho da minha memória e se enrodilham de tal maneira que quando as quero expressar é bastante complicado fazê-lo e torno-me talvez apenas repetitiva e chata!
Como é suposto eu seguir em frente?
Fazes-me falta!

“Tem dias que só queremos tirar uma folga do mundo, dar uma pausa da vida, 
deixar de pensar, e sentir por alguns segundos, sem pressões, sem cobranças, 
sem lembranças, sem vontades, apenas um lugar que nos acolha,
 nos permita ficar e nos traga um pouco de paz.”
Imelda Sitole

*Imagem daqui

1 comentário:

  1. Sentir a falta é uma das partes da saudade que mais dói.

    O mais importante é que tiveste o privilégio de conheceres alguém tão especial.

    Que a vida te seja carinhosa e encontres outros preenchimentos.

    beijinhos

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