1.2.12

Deambulações académicas...(ou então o tão prometido texto...ou quase)

Volto por instantes à casa que foi a minha nos últimos três anos, passo por corredores vazios, portas entreabertas e sussurros de aulas a serem dadas, cada recanto projecta-me para um passado ainda tão fresco, cada canto me lembra de histórias, de pessoas que jamais quero esquecer…


Os campos lá fora relembram-me a minha vida de caloira, a ansiedade que antecipou o primeiro dia de aulas e que não me deixou dormir, a tão temida praxe, o almoço tomado a correr pois chupetas precisavam de ser compradas e placas feitas. Os risos à socapa dos doutores e o cheiro intenso à polpa de tomate estão tão vivos na minha memória que quase os ouço e cheiro novamente.

O diploma lá continua na parede do meu quarto mostrando a quem nisso tiver interesse o orgulho de ter “sobrevivido” a tão “cruel e dura” praxe, ter participado na praxe de veteranos e de curso, ter sido baptizada com o nome de abracinho e adorar tal facto.

Abraços eram aliás uma constante, distribuía-os à medida que deles ia precisando, teimando em não pedir autorização na maioria das vezes e assim amizades foram sendo feitas umas por puro acaso outras por necessidade, a “tribo” ganhou forma e momentos hoje memoráveis foram ocorrendo entre trabalhos de grupo, estudo e saídas.

Volto ao presente e o coração fica apertado, a saudade reclama por atenção e recusa-se uma vez mais a ser ignorada, no caminho de regresso a casa é impossível conter a corrente de pensamentos e recordações que inundam a minha mente, silenciosamente enumero cada um dos nomes que ao nome desta faculdade estão para sempre associados, interrogando-me o que deles será feito ou como os poderei reunir a todos novamente.

Já em casa tiro a capa preta do armário, consigo narrar a história de cada emblema e mancha que nesta existe…não resisto, ponho-a novamente aos ombros e deixo-me transportar para todas as vezes que a enverguei, experimentando-a euforicamente na loja, usando-a incorrectamente o jantar de curso inteiro, transbordando de felicidade ao vê-la traçada pelo padrinho na serenata, abrigando-me nela quando a chuva marcou presença no caminho para novo jantar enquanto “grande animal”, o respeito (ou nem tanto assim) que impôs enquanto fui praxadora, a água que limpou na cabeça da afilhada, das serenatas e declarações que presenciou, do frio do qual me abrigou ou das centenas de fotos na qual foi protagonista.
E eis que o telemóvel toca, com uma nova mensagem recebida: "Vou estar por esses lados, vamos tomar café e desfiar velhas meméorias? Tenho saudadinhas tuas"(…)

Continua...

2 comentários:

  1. Quero mais ...quero mais :p

    Adorei, simplesmente adorei*

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  2. Oh que texto lindo *-*

    São as lembranças da tua vida académica, recordações tão boas que preenchem a alma e o coração. Eu tenho pena de não ter assim lembranças, de sentir saudades desse tempo, ainda que tivesse tido bons momentos. Eu saí da ESTGF muito amargurada e só entrei na UTAD para tirar o curso que sempre quis. A vida académica tinha deixado de fazer qualquer tipo sentido para mim.

    Mas é assim a vida, hoje ando com uma nostalgia que é uma coisa louca, não me faz nada bem lembrar estas coisas. Passado 4 anos ainda mexe comigo e dou por mim em lágrimas.

    Oh enfim, há que seguir e espero encontrar o meu caminho, acho que os primeiros passos já dei :)

    Beijito* minha amora lindinha e guarda nesse teu coração essas lembranças para sempre :D

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